Filipe Barreira é um ribatejano dos quatro costados, natural da Chamusca, com o coração ao pé da boca. Pedreiro de profissão e, ao mesmo tempo, administrador de uma pequena empresa de construção, é uma sorte tê-lo como vizinho, ou amigo, muito para além de o termos sempre à mão para nos ajudar a tirar a beira do telhado. Filipe Barreira não tem papas na língua quando é para falar da sua terra; diz com amargura que as pessoas que levam a vida a enganar os outros tiram-no do sério. Se há alguém que é prejudicado pela actual situação da Ponte da Chamusca é Filipe Barreira que confessa a sua revolta por a população da Chamusca ter aceitado, sem um ai, um aterro de resíduos perigosos e agora estar a sofrer as consequências mais injustas.

Raquel Caniço é advogada em VFX e faz trabalho de proximidade numa terra que apesar de ser a mais populosa do Ribatejo tem características de uma terra de província onde toda a gente conhece toda a gente. A Justiça está outra vez nas bocas do mundo por causa da corrupção e dos corruptos. Boa parte da culpa dos crimes que vão passando impunes é da má organização do Sistema. Raquel Caniço diz que adora a sua profissão mas gostava de viver num país onde a Justiça não permitisse aberrações como algumas que conhece e já teve oportunidade de denunciar nas páginas de O MIRANTE. Raquel Caniço afirma que a vida é que nos vai dando a tarimba para crescermos como pessoas e como profissionais e que, embora já tenha sido ameaçada no exercício da sua profissão nunca teve medo de trabalhar.