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O jotinha desinteressado, uma escaganifobética coligação em Abrantes e o corrupio de governantes em campanha

Significativo Manuel Serra d’Aire

Tem sido um corrupio de ministros e secretários de Estado por esta região desde que se soube que iria haver eleições legislativas antecipadas. A classe governante de Lisboa lembrou-se novamente que há país para lá do Terreiro do Paço (isto acontece habitualmente de quatro em quatro anos, mas desta vez só passaram dois anos desde a última vaga) e tem-nos bafejado com a sua excelsa presença. Há pseudo-famosos que fazem presenças em discotecas para ganhar a vida; e há membros do Governo que fazem presenças na província para tentarem ganhar eleições.

Em Montalvo esteve o famoso secretário de Estado da Saúde para inaugurar uma extensão de saúde que já estava a funcionar há oito meses. As más línguas falaram logo em eleitoralismo e descaramento político, mas não foi nada disso. Como a dita unidade de saúde está de vez em quando sem médico, é possível que o governante tenha lá ido apenas dar as boas vindas a algum clínico que agora lá foi parar.

Um exemplo de harmonia natalícia aconteceu na Assembleia Municipal de Abrantes, onde uma vasta coligação da oposição, incluindo PSD, Chega e BE, formou uma lista contra a da maioria socialista para eleição dos representantes desse órgão autárquico na assembleia da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Ver o Bloco e o Chega do mesmo lado da barricada é como ver Israel e a Palestina aos beijos e abraços e, se bem me lembro, isso em tempos até valeu um Prémio Nobel da Paz. Apesar de, depois disso, terem continuado à batatada até hoje...

Quem não gostou dessa aliança entre esquerda e direita foi a estrutura distrital do Bloco de Esquerda. E o seu eleito, que andou de mão dada com o Chega, lá teve de renunciar ao mandato para aprender a não se envolver com más companhias.

O deputado Duarte Marques foi descartado da lista do PSD por Santarém, supostamente também por ter andado em más companhias, ou seja, por ter apoiado o adversário do presidente do partido, Rui Rio, nas eleições internas e ainda ter feito alarde disso com críticas públicas ao líder. Disse ele depois, a O MIRANTE, que não esperava que Rio fosse novamente a sua bóia de salvação no partido (uma espécie de Pamela Anderson na série de TV Marés Vivas), o que aliás faz todo o sentido. Porque Rio não é a curvilínea Pamela doutros tempos e porque, geralmente, as bóias servem precisamente para não nos afogarmos no rio. E o que Rio queria, neste caso, era mesmo ver Duarte a esbracejar por um lugarzinho na lista e, depois, vê-lo ir ao fundo...

Outro facto extravagante nos últimos tempos foi o de um jovem candidato do PSD que pediu para sair da lista de candidatos a deputado. Quando tanta gente se desunha por lugares, eis que vem um jovem chamado João Oliveira, líder distrital da JSD, dizer que não quer estar na lista, mesmo que fosse num modesto sétimo lugar.

A tradição realmente já não é o que era e vou ter de rever as minhas convicções sobre as juventudes partidárias, que julgava serem uma espécie de agências de emprego e de trampolim para voos mais altos dos ‘jotinhas’ na política e na administração pública. Afinal parece que não é bem assim, a não ser que o jovem seja a excepção que confirma a regra…

Votos de bom Ano Novo do Serafim das Neves

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