Os dois vereadores da oposição no executivo da Câmara Municipal da Chamusca, Tiago Prestes (PSD/CDS) e Gisela Matias (CDU), afirmam que os vereadores socialistas e o presidente da câmara Paulo Queimado se aproveitam do facto de terem maioria absoluta para governarem o concelho sem prestar contas. Os autarcas lamentam a O MIRANTE que a situação seja recorrente e que ponha em causa, entre outros aspectos, a transparência da utilização dos dinheiros públicos do município.

O verniz estalou num ponto da ordem de trabalhos da reunião de câmara que propunha a ratificação do preço para o evento “Parque dos Sonhos de Natal”, iniciativa que obrigou a câmara a fechar ao público o jardim municipal e que gerou muita polémica na população devido ao preço das entradas. Recorde-se que o município limitou os comentários nas redes sociais em todas as publicações sobre o evento.

Na sessão camarária de 15 de Dezembro, Tiago Prestes e Gisela Matias votaram contra nesse ponto, utilizando como argumento o facto de o executivo não ter informado, a tempo e horas, da realização do evento e que este iria implicar um investimento de mais de 200 mil euros. Tiago Prestes disse mesmo que não ratifica preços de eventos realizados à revelia dos vereadores da oposição e que já estão a decorrer. Paulo Queimado respondeu num tom jocoso, afirmando que “se aprovarem, aprovam, se não aprovarem, não aprovam!”.

Tiago Prestes, que cumpre o seu primeiro mandato como vereador da oposição, assume em declarações a O MIRANTE que não tinha noção de que a gestão da autarquia fosse realizada com o aproveitamento político que uma maioria absoluta dá. “O concelho da Chamusca e as pessoas que aqui vivem e trabalham estão em primeiro lugar e não podem estar sujeitas ao clientelismo político que existe. Qualquer posição de relevo que seja tomada sem o conhecimento de todo o executivo vamos sempre votar contra”, sublinha.

A vereadora Gisela Matias sugere ainda como exemplo a falta de conhecimento da oposição quanto à realização do evento “Domingão”, da SIC, que, terá custado mais de 15 mil euros.