95 por cento do território de Vila Franca de Xira está coberto pelas restrições impostas no âmbito da Reserva Ecológica Nacional (REN), situação que nas zonas mais rurais do concelho dificulta a fixação dos filhos da terra, que se vêm impedidos de construir.

São os primeiros indicadores a surgir da revisão em curso do Plano Director Municipal (PDM) de Vila Franca de Xira e onde outra das novidades vai ser o facto das crianças e jovens serem chamados a participar pela primeira vez.

“Vamos promover debates em todo o nosso território com as forças vivas mas estamos também a preparar a participação das crianças e jovens na discussão do PDM. Eles também têm uma palavra a dizer nas suas preocupações com o ambiente e adaptações às alterações climáticas. Temos de tomar opções para que os jovens das zonas rurais possam manter-se entre nós”, informou o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, na última reunião pública do executivo.

O autarca respondia aos vereadores da CDU e Nova Geração sobre o ponto de situação da revisão daquele importante documento de gestão do território. “Estamos ainda no trabalho técnico de aplicação das regras e limites do que são as regras de definição da REN. Mas já sabemos que abrange mais de 95 por cento do nosso território. Isso dá-nos conta que o município fica limitado nas suas decisões mas a responsabilidade que nos é atribuída é olhar para esse mapa e fazer as adaptações necessárias”, notou o autarca.

“Queremos continuar a ser objecto de investimento e criação de emprego, que é essencial para o concelho e captar e manter pessoas no nosso território, sobretudo jovens. E queremos captar novos talentos, é nesse trabalho que todos serão chamados a contribuir no que se espera venham a ser meses de forte debate público”, notou o novo presidente da câmara.

Existe a ambição de que 2022 seja o ano em que a comunidade comece a contactar com o novo PDM e Fernando Paulo Ferreira promete sessões públicas com as forças vivas do concelho.

O autarca explica que a classificação dos solos vai mudar com esta revisão. Deixará de existir terrenos urbanizáveis e terão de ser tomadas novas decisões sobre classificações de solo cuja potencialidade de uso será diferente do que foi anteriormente. “Nas zonas rurais as entidades que tutelam o ordenamento do território impossibilitaram a construção em pedaços de terreno inferiores a um hectare. Na Calhandriz e Cachoeiras isso trouxe grandes dificuldades, são zonas de minifúndios onde essas regras não podem ser ultrapassadas e que teremos de ver”, explicou.