Proposta para apoiar despesas com medicamentos de idosos carenciados em Tomar
Moção do CDS foi aprovada na última assembleia municipal. O objectivo é criar um “Vale Farmácia” que comparticipe a 100% despesas com medicamentos prescritos pelo SNS a todos os idosos que provem ter dificuldades financeiras.
Francisco Tavares, eleito do CDS/PP na Assembleia Municipal de Tomar, considera que os idosos que vivem em situação de carência económica comprovada e devidamente identificada pelos serviços de ação social do município e instituições particulares de solidariedade social (IPSS), devem ter acesso a um “Vale Farmácia” que comparticipe a 100% das despesas com medicamentos prescritos pelo Sistema Nacional de Saúde. A moção foi aprovada na última sessão da assembleia municipal, realizada a 21 de Dezembro. O PS e o Chega abstiveram-se.
Francisco Tavares começou por apresentar dados significativos sobre a evolução do envelhecimento demográfico no país. O índice de envelhecimento em 2000 era de 99%; em 2010 de 122%; e em 2019 de 161%. Também o índice de dependência de idosos, que relaciona o número de idosos e o número de pessoas em idade activa, aumentou continuadamente desde o início do século, passando de 24 para 34,2 em 2019.
O eleito do CDS referiu que o concelho de Tomar não é excepção à regra, pois a percentagem da população idosa aumentou cerca de 10% nas últimas duas décadas. “Se olharmos para o rácio de idosos por cada 100 jovens é ainda mais expressivo, com uma subida de 149,4 em 2001 para 293,9 em 2021”, disse.
Por estas e outras razões, o autarca considera que os idosos necessitam de uma protecção especial e reforçada para que tenham acesso a cuidados de saúde sempre que necessitam. “Actualmente, em Tomar, um dos poucos apoios existentes é o Benefício Adicional de Saúde que dá direito ao reembolso de 50% das despesas com medicamentos comparticipados. Tendo em conta que as famílias portuguesas gastam, anualmente, mais de 730 milhões de euros em medicamentos e cerca de 10% não compram medicamentos prescritos por falta de recursos, este vale é essencial para alterar esta realidade no concelho”, vincou.