Alverca e Beja entram na lista das localizações em estudo para o novo aeroporto
Alverca e Beja entraram na lista de possíveis localizações para o novo aeroporto de Lisboa depois de propostas à Comissão Técnica Independente, entidade responsável pela avaliação ambiental estratégica.
Beja e Alverca do Ribatejo entraram na lista de possíveis localizações para o novo aeroporto de Lisboa depois de propostas à Comissão Técnica Independente (CTI), responsável pela avaliação ambiental estratégica, que as vai analisar, avançou à Lusa uma das coordenadoras da CTI.
“Vamos analisar outras opções que, entretanto, também já nos chegaram como propostas […] e a resolução do Conselho de Ministros previa isso, que nós decidíssemos que outras propostas iríamos analisar e, portanto, vamos analisar também, pelo menos mais Alverca do Ribatejo e Beja, que já nos chegaram”, disse, em entrevista à Lusa, a professora Rosário Macário, que integra a CTI que vai levar a cabo a avaliação ambiental estratégica para a expansão aeroportuária da região de Lisboa.
Criada no final do ano passado a CTI, instalada no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, está neste momento a ouvir “todas as entidades com relevância para o assunto”, para chegar a um conjunto de critérios que “servirão para analisar as várias hipóteses”, explicou Rosário Macário, professora do Instituto Superior Técnico (IST).
Conclusões até Novembro
A resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definia a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa (Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém), mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções. Segundo a coordenadora técnica, nas próximas semanas os proponentes de todas as alternativas vão apresentar os projectos em pormenor à CTI e à Comissão de Acompanhamento, liderada pelo engenheiro Carlos Mineiro Aires.
“Até final de Março, iremos fazer a primeira avaliação e, portanto, a primeira fase vai terminar em Abril e a partir de Abril não haverá mais propostas”, realçou Rosário Macário. Os relatórios com as conclusões da CTI têm de estar fechados até Novembro passando-se depois para a fase de discussões públicas.
Distância física
não é o factor mais relevante
Questionada se faz sentido um aeroporto de Lisboa afastado da cidade, como, por exemplo, no caso de Santarém ou Beja, que ficam a mais de 80 quilómetros, a professora universitária apontou que a distância física não é o factor mais relevante. “O mais relevante são sempre as acessibilidades em tempo e em alternativas para chegar à cidade a partir do aeroporto. Obviamente que não é desejável que seja muito longe, mas a distância em tempo é, digamos, o principal aspecto e isso depende da oferta que existe, dos modos de transporte e das soluções de deslocação”, realçou. Segundo Rosário Macário, qualquer uma das hipóteses “implica repensar acessibilidades”.
Outros factores a ter em conta na análise são, elencou, o custo da infraestrutura, os impactos gerados e o potencial de expansão. “Estamos a trabalhar num horizonte de 50 anos e em 50 anos muita coisa muda, muda a tecnologia, muda muita coisa e, portanto, o custo, obviamente que é um factor relevante, mas não é o único factor”, afirmou.