Retratos da vida em Alhandra na exposição “Álbum de Família”
Paredes da Galeria Augusto Bértholo contam, até 1 de Julho, histórias de família, amizade e do tecido social da vila de Alhandra. As marchas populares, a verbena e as procissões constituem alguns dos momentos mais marcantes da história da vila.
Álbum de Família é o nome da exposição que está patente até dia 1 de Julho na Galeria Augusto Bértholo, em Alhandra. O grupo Gente em Alhandra, em parceria com o Alhandra Recordar, organizou a mostra. A população colaborou activamente com a entrega de álbuns de fotografias a Maria Piedade que se encarregou de digitalizar as imagens. São histórias e momentos que marcaram as ligações afectivas entre familiares, amigos e a própria vila. Desde patinagem na estrada nacional, aos bailes da chita e procissões, são tudo vivências que são contadas através das imagens.
Uma das histórias que tem registo fotográfico é a do funileiro Augusto Picasso. Com olho para o negócio, o alhandrense começou por vender funis na rua e em 1953 fundou a loja Picasso, que ainda está aberta no mesmo sítio. Amante de música fundou com a família o grupo musical Picassos que fez furor na década de 70.
As marchas populares e o folclore eram as actividades que mobilizavam mais gente, a par da verbena. Onde hoje está a Sociedade Euterpe Alhandrense estava um palco, a verbena, onde através dos bailes a população juntou dinheiro para construir aquilo que é hoje a sede da colectividade. “Houve um período cultural nesta terra muito marcante e que se fez com o dinheiro das famílias ricas. Foi à custa dessas famílias, que humilhavam os mais pobres, é verdade, que se fez o Teatro Salvador Marques e a Euterpe”, diz a O MIRANTE a presidente do Gente em Alhandra, Manuela Peleteiro.