Centenário de António Quadros assinalado em Rio Maior
Jardim da Biblioteca Municipal de Rio Maior passou a ter o nome do filósofo, escritor e historiador António Quadros, que escolheu o concelho para viver parte da sua vida.
O centenário do nascimento de António Quadros foi assinalado no sábado na Biblioteca Municipal de Rio Maior. O programa decorreu ao longo do dia e dele constou a cerimónia de entrega do Prémio António Quadros 2023 a Richard Zenith, pela sua obra “Pessoa - Uma Biografia”. Uma distinção entregue por Manuela Dâmaso, Francisco d’Orey Manoel e Mafalda Ferro. Procedeu-se também ao descerrar da placa que dá o nome de António Quadros ao jardim junto à biblioteca, onde marcaram presença o presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias, e os vereadores Leonor Fragoso, Miguel Santos e Carla Dias, bem como muitos convidados, amigos e familiares do filósofo, escritor e historiador, como a escritora Rita Ferro e Mafalda Ferro, filhas do homenageado.
Recorde-se que a Fundação António Quadros está sediada em Rio Maior, ocupando a antiga sala de audiovisuais da Biblioteca Municipal Laureano Santos. A ideia de criar uma fundação partiu de Mafalda Ferro, filha de António Quadros, durante a tentativa de organização do espólio que mantinha em casa e deslumbrada com a riqueza cultural que os seus pais lhe legaram. “Nem tinha a noção do tanto que eles fizeram”, contou Mafalda a O MIRANTE, numa reportagem ao interior da Fundação António Quadros publicada em Setembro de 2020. Ajudada pelos irmãos e primos, reuniu todos os arquivos e as colecções de arte da família e, em 2009, realizou o sonho de abrir a fundação em homenagem ao pai.
Rio Maior foi a cidade que acolheu a sede da fundação. Foi também a cidade que António Quadros escolheu para se recolher, para pensar e para escrever, longe do bulício da capital. A ligação do escritor com o município começou nos anos 80 quando viu um anúncio de uma casa em Vale de Óbidos. Estava deteriorada, mas António Quadros viu nela potencial e acabou por recuperá-la. Inicialmente foi uma casa de fins-de-semana que, gradualmente, passou a ser lugar de tertúlias de vários filósofos. Depois da morte dos pais, Mafalda Ferro comprou a parte da casa aos irmãos e instalou-se nela com o intuito de ali se sentir tão bem quanto os seus pais sentiram.