PCP denuncia ameaças e vandalizações em Rio Maior
Cartazes de propaganda e a sede dos comunistas em Rio Maior apareceram com inscrições a dizer “Moca neles” e “13-07-1975”, remetendo para a data em que a sede do partido foi incendiada e que chegou a ser feriado municipal.
A sede do PCP em Rio Maior e os cartazes com propaganda do partido na cidade foram vandalizados por desconhecidos, num acto de intolerância política que remete para os tempos do chamado ‘Verão Quente” de 1975. “Moca neles” e “13-07-1975” foram as inscrições deixadas nos cartazes e na sede do Partido Comunista, numa acção organizada.
A data evocada (13 de Julho de 1975) remete para o dia em que centenas de agricultores se juntaram perto do antigo Grémio da Lavoura em Rio Maior, segundo rezam as crónicas para evitar que o Grémio fosse ocupado pelos comunistas. Milhares de pessoas uniram-se aos agricultores, o ambiente aqueceu e as sedes do Partido Comunista e da Frente Socialista Popular em Rio Maior acabaram por ser destruídas.
É desse episódio que nasce a fama da moca de Rio Maior, símbolo da oposição à esquerda de inspiração comunista num tempo em que o país estava marcadamente dividido e à beira da guerra civil. Rio Maior, estrategicamente situado junto à Estrada Nacional 1 (não havia auto-estrada entre Lisboa e Porto) foi uma espécie de barreira que separou as águas entre o sul ‘vermelho’ e o norte mais conservador. Esses tempos turbulentos só acalmariam com o golpe militar de 25 de Novembro de 1975, em que a extrema esquerda viu soçobrarem as suas ambições de poder e o regime democrático começou a fazer o seu caminho.
Quarenta e oito anos depois, Augusto Figueiredo, dirigente do PCP de Rio Maior e ex-vereador desse município, lamenta “as ameaças e vandalizações que os comunistas estão a ser alvo em Rio Maior”. E acrescenta: “A data de 13/7/1975 foi o dia que os reaccionários, a mando dos senhores da contra-revolução, assaltaram e queimaram o centro de trabalho do PCP, em Rio Maior. Esta data chegou a ser feriado municipal! As ameaças e as provocações continuam mas a nossa resistência e luta pela liberdade e a democracia também!”.