Morreu o padre Bento que se dedicou ao concelho de Almeirim durante 39 anos
António Bento, 86 anos, natural de Assentiz, Torres Novas, foi um dos primeiros padres da Diocese de Santarém, criada em 1975, e passou quase metade da sua vida no concelho de Almeirim, onde além de padre foi professor de Religião e de Português.
António Rodrigues Bento, padre e professor na Escola Febo Moniz, em Almeirim, durante 39 anos, faleceu na sexta-feira, 15 de Março, aos 86 anos, no Hospital de Torres Novas, onde foi assistido depois de se ter sentido mal durante a madrugada. O funeral realizou-se na segunda-feira tendo o bispo de Santarém presidido à missa exequial na Igreja Paroquial de Nª Srª da Purificação de Assentiz e acompanhou o corpo à sepultura no cemitério de Assentiz, freguesia do concelho de Torres Novas, onde nasceu a 18 de Abril de 1937.
António Bento foi ordenado em 15 de Agosto de 1963 por D. Manuel Gonçalves Cerejeira, para o serviço da Diocese de Lisboa, tendo sido incardinado na Diocese de Santarém em Outubro de 1975, aquando da criação da diocese. Deixou as funções em 2014 quando era pároco de São Silvestre da Beselga e Madalena, concelho de Tomar, onde estava desde 2006 quando saiu do concelho de Almeirim. O fim das funções paroquianas deveram-se a motivos de saúde após uma cirurgia cardíaca. Desde então estava a residir na Casa de São Bento, Mosteiro das Irmãs Beneditinas Missionárias de Tutzing.
O padre Bento era licenciado em Filologia Clássica pela Universidade Clássica de Lisboa. Em 1963 iniciou-se como coadjutor de Muge e Benfica do Ribatejo, passou por Fráguas, Arruda dos Pisões e Outeiro da Cortiçada e em 1967 foi para pároco de Benfica do Ribatejo, onde viveu, e Raposa, concelho de Almeirim. Foi também padre em Fazendas de Almeirim e professor de religião e de línguas na escola dos segundo e terceiro ciclos de Febo Moniz em Almeirim. A Diocese de Santarém lembra-o como um homem determinado e zeloso nas missões que lhe eram confiadas e que muitas vezes, devido às dificuldades económicas das comunidades, suportava com o seu ordenado de professor muitos encargos das paróquias.
Em 2001 o padre viu-se envolvido numa polémica por causa dos sinos da nova igreja de Cortiçóis, Benfica do Ribatejo, quando um casal se queixou das badaladas de meia em meia hora através de um sistema electrónico moderno. O diferendo acabou no Tribunal de Almeirim, onde em 2005 se conseguiu um acordo em que o sino começava a tocar às 9h00 durante a semana e às 10h00 aos fins-de-semana e feriados, em vez das 7h00, e até às 22h00.