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Trabalhadores da Nobre realizaram 14ª greve por melhores salários e condições de trabalho

Trabalhadores da Nobre protestaram em frente à Câmara de Rio Maior e agendaram uma nova greve, a 15.ª, para o dia 11 de Outubro.

O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, acusa o Governo de uma política de perpetuação de baixos salários, considerando insuficiente o aumento do salário-mínimo em 40 euros. “Aquilo que está aí a ser veiculado é uma proposta de perpetuação de baixos salários”, afirmou Tiago Oliveira, em Rio Maior, perante cerca de meia centena de trabalhadores da empresa Nobre que cumpriram a 14.ª greve por melhoria de salários e condições de trabalho.
Num discurso de solidariedade para com os trabalhadores da Nobre, Alimentação, Lda, que há um ano lutam pelo aumento de salários, Tiago Oliveira acusou a empresa de “perpetuar uma política de baixos salários”, elogiando os funcionários que se concentraram em frente à Câmara de Rio Maior em protesto. “É na rua e à porta de quem nos faz mal, à porta das empresas” que é necessário “lutar por melhores condições de vida e de trabalho”, disse, sublinhando que, no caso da Nobre, de um lado está “uma grande empresa que continua a amealhar milhões de lucros todos os anos”, e do outro “os interesses de mais de 600 trabalhadores que todos os meses têm que lutar para chegar ao fim do mês tendo condições para ter uma vida digna”. A greve, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), acontece pela falta de respostas da empresa ao caderno reivindicativo apresentado no início do ano e que exigia um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho nocturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações.
Concentrado em frente à câmara os trabalhadores aprovaram uma moção pedindo uma tomada de posição pública do executivo, que recentemente atribuiu uma medalha de mérito à empresa com “uma excelente situação económica, apresentando lucros avultados” e, que, pode ler-se na moção, “usufrui de inúmeras facilidades processuais e tributárias, concedidas não só pelo poder central como pela autarquia de Rio Maior”. A moção foi entregue ao vice-presidente João António Lopes Candoso (Coligação Juntos pelo Futuro – PPD/PSD – CDS/PP) que, segundo o dirigente sindical Diogo Lopes, “manifestou solidariedade e se comprometeu a entrar em contacto com a empresa para sensibilizar para as negociações”.
Contactada pela Lusa a Nobre reafirmou estar “sempre atenta” às necessidades dos colaboradores e da empresa, acrescentando que realiza “reuniões frequentes com os sindicatos para discuti-las, de forma positiva e transparente”. Na resposta a empresa reitera “o compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares” com o objectivo de ver “o caminho a seguir”, apesar de, segundo o sindicato, desde a última greve, no final de Julho, não terem obtido respostas às reivindicações. Os trabalhadores agendaram uma nova greve, a 15.ª, para o dia 11 de Outubro.

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