Autarcas do Médio Tejo exigem audiência urgente à ministra da Saúde
Autarcas do Médio Tejo consideram que a escassez de recursos humanos está a condicionar o acesso a cuidados de saúde na região e pedem audiência urgente à ministra da Saúde.
Os autarcas dos 11 municípios do Médio Tejo solicitaram uma audiência com carácter urgente à ministra da Saúde para abordarem os “graves problemas de recursos humanos médicos” na região. “Os autarcas, reunidos, deliberaram solicitar com carácter urgente uma audiência à ministra da Saúde para lhes apresentarem os problemas de recursos humanos médicos que existem no Médio Tejo”, indica a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, em comunicado, realçando a preocupação com a dificuldade em captar médicos para os cuidados de saúde primários.
Tendo afirmado que querem “estar ao lado das soluções”, os autarcas manifestam “toda a disponibilidade para criar mecanismos que ajudem a ultrapassar o actual quadro, e a encontrar respostas aos graves problemas” que se vivem na região. Em declarações à Lusa, o presidente da CIM Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos, disse que a posição conjunta resulta de um conjunto de preocupações perante a dificuldade da região em captar mais profissionais médicos para poder ter serviços eficientes e com uma capacidade de resposta capaz de fazer face às necessidades das populações, quer ao nível de médicos de família, quer ao nível de algumas especialidades médicas hospitalares. “Nós temos muitas pessoas no Médio Tejo sem médico de família atribuído, queremos captar mais médicos para as nossas estruturas, e esta é uma matéria que queremos apresentar à ministra [da Saúde} com as nossas preocupações e a ajudar a encontrar as soluções para termos um território mais competente e mais capaz”, afirmou, tendo apontado a temas relacionados “quer com as questões dos cuidados de saúde primários, quer com as questões que dizem respeito à gestão dos nossos três hospitais”, declarou.
Manuel Valamatos disse ainda que “os municípios aceitaram as transferências de competências que o Estado quis transferir, e a maioria dos municípios entendeu que fazia sentido pela proximidade e no âmbito desta responsabilidade de colaboração”, mas, salientou, “sem querer desresponsabilizar o Estado” de obrigações. “Há coisas que devem ser sempre garantidas pelo Estado, com o qual queremos colaborar, mas não queremos de forma alguma desresponsabilizar o Estado do sentido universal que a saúde tem de ter. Estamos disponíveis para colaborar, manifestar as nossas dificuldades e tentarmos juntos encontrar as soluções”, concluiu.
Os autarcas do Médio Tejo reuniram com o conselho de administração da ULS Médio Tejo, que “fez um ponto de situação dos trabalhos relacionados com a actividade hospitalar” aos autarcas dos municípios da área de influência. A ordem de trabalhos, segundo comunicado, abordou os cuidados de saúde hospitalares e referência às listas de espera, à evolução dos cuidados de saúde primários, com um descritivo por município sobre o número de utentes inscritos, utentes sem médicos de família, médicos de família por concelho, e médicos com contratos de prestação de serviços, tendo ainda sido abordada a descentralização de competências e a situação das urgências hospitalares.