Trabalhadores e administração dos CTT com opiniões diferente sobre greve em Rio Maior
Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações diz que em Rio Maior há mais de 15 mil objectos por entregar e que há freguesias que só recebem correio de 15 em 15 dias. CTT desmentem números avançados pelo Sindicato.
Os trabalhadores dos CTT de Rio Maior iniciaram na segunda-feira, 25 de Novembro, uma greve de duas horas ao início de cada período de trabalho, uma paralisação que se prolonga até ao dia 6 de Dezembro. A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios, afecto à Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (SNTCT/Fectrans), na sequência de uma decisão aprovada num plenário em que “foram analisadas as deficientes condições de trabalho, decorrentes da falta de trabalhadores, tendo em conta que a necessidade de acumular lucros para os accionistas se sobrepõe à obrigação de serviço público”.
A O MIRANTE, Jorge Monteiro, dirigente sindical do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações adiantou que neste momento estão cerca de 15 mil objectos por entregar, alguns ainda do mês de Outubro. “Há aldeias que só recebem correspondência de 15 em 15 dias”, disse.
Os CTT, em resposta a O MIRANTE, desmentem os números avançados e informam que o número de objectos por entregar não é diferente do habitual nesta altura do ano. “Importa esclarecer que existem diferentes prazos para as várias tipologias de correio, pelo que é natural que exista saldo por entregar no Centro de Distribuição Postal, o que não significa que essas correspondências estejam a ser entregues com atraso”, adiantam.
Ainda de acordo com uma nota do sindicato, “a equipa de trabalho está exausta e há trabalhadores a serem seguidos por médicos da especialidade (psicologia e psiquiatria) e outros a recorrer a fármacos do foro psicológico”. O SNTCT denuncia ainda que “os giros não são exequíveis” e “há milhares de correspondência por entregar”, fazendo com que “os carteiros sejam confrontados diariamente pelos clientes e algumas vezes já com muita agressividade”. Acusando os responsáveis pela estação de “nada fazerem para melhorar as condições de trabalho e o serviço prestado às populações”, o sindicato considera que “a opção pela greve se tornou inevitável”.