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Yarmouk, uma Universidade em Irbid, a segunda cidade Jordana

Muitos anos passaram desde que esse foi o meu local de trabalho, afinal só mais um.

Ruas estreitas a desembocar em largas avenidas, pavimentos asfaltados interrompidos por valetas, casas de tijolo nu opostas a sumptuosas fachadas de mármore, árabes de “jeans” ou “tops”, lojas de indianos lado a lado com ruínas, duas universidades a fazer inveja em meios e frequência, tascas paredes meias com luxuosos restaurantes, um comércio de rua a competir com lojas de luxo, uma população estudantil ávida de aprender para procurar trabalho num dos países vizinhos do Golfo.
Como que saído dum filme do Indiana Jones, ou retirado de um livro de apontamentos, todas essas imagens me vieram à memória quando no passado sábado 14, fiz uma curta excursão por Santarém, agora descarterizada e a tentar ser um Martim Moniz de ruas estreitas.
A cidade regrediu, agora não sofre dos 69 quilómetros que a separam da capital, sofre do abandono, da má gestão, da globalização como desculpa às piores opções.
Eu, com a agonia da ter abandonado há 65 anos para prosseguir o meu projecto de vida, e que ao longo destas décadas o senti como uma injustiça para com o meu berço, se tivesse ficado faria agora exatamente o mesmo. Há muitos anos, um jovem foi esmagado contra uma parede na Rua Direita, hoje o trânsito está condicionado, a circulação é um convite ao turista para que fique em casa. Para sair da cidade, depois de passar o edifício do Correio do Ribatejo, a solução foi descer à Fonte das Figueiras e virar à esquerda para São Bento, normal, mas quem lá trabalha?
Santarém está moribunda, chega de gestores partidários incompetentes para gerir a coisa autárquica, chega de joguinhos de interesse, é preciso pensar nas pessoas, na economia local e no progresso sustentado. É preciso atrair investidores empregadores, mas isso só se faz com competência, criatividade e de olhos postos no futuro, sob pena de não fixar as pessoas e dar razões para que a juventude parta à aventura, Santarém merece melhor, ou já não acreditam?
Rui Figueiredo Jacinto

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