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Morreu o agricultor José “Pichalho” após acidente com moto4
José Apolinário Leonor dedicou a sua vida à agricultura, sobretudo à viticultura - foto DR

Morreu o agricultor José “Pichalho” após acidente com moto4

O agricultor de Almeirim, José Apolinário Leonor, continuava aos 79 anos a produzir uvas para a adega cooperativa e na altura do acidente, devido ao qual acabou por falecer uma semana depois, tinha ido preparar a entrada da vinha para no dia seguinte a máquina fazer a vindima. O neto, de 16 anos, órfão de mãe e pai, que seguia com ele na moto de quatro rodas, sofreu ferimentos sem grande gravidade e está a recuperar.

O agricultor de Almeirim, José Apolinário Leonor, conhecido como José “Pichalho”, morreu na noite de quinta-feira, 4 de Setembro, não resistindo à gravidade dos ferimentos do acidente no dia 29 de Agosto, entre a moto4 em que seguia com o neto de 16 anos, e um veículo ligeiro, na estrada do campo (EN 368) entre Tapada e Alpiarça. O agricultor, que tinha uma casa de vinhos na Rua de Coruche, onde está a viúva no atendimento, tinha ido nessa altura, por volta da hora de almoço, preparar a entrada para a máquina que lhe ia vindimar a vinha. O neto, que foi internado no Hospital de Santarém, está a recuperar bem dos ferimentos.
José Apolinário Leonor dedicou uma vida inteira à agricultura e continuava a trabalhar com 78 anos, sendo um dos mais antigos associados da Adega Cooperativa de Almeirim, onde depositava a produção das suas vinhas, sendo que nos últimos anos já tinha acabado com algumas vinhas. Nos últimos anos, a família tem somado tragédias, com a morte repentina da nora e mãe do jovem agora ferido, seguindo-se depois o filho do agricultor e pai do adolescente ferido, Osvaldo Leonor, que morreu há cinco anos com um ataque cardíaco.
Quando surgiram as primeiras moto4 em Portugal, José “Pichalho” foi um dos primeiros a ter um veículo destes em Almeirim, que utilizava para trabalhar. Na altura inventou um suporte para colocar à frente e na traseira da moto de quatro rodas para transportar as latas da vindima pelas carreiras das vinhas para o reboque do tractor, poupando as pessoas a transportá-las ao ombro ou na cabeça. Antes de haver máquinas a fazer a colheita, o agricultor contratava ranchos que vinham de outras regiões e que ficavam alojadas numa dependência da sua casa de habitação, num ambiente familiar.
O agricultor também era conhecido pelo seu modo afável e descontraído de viver a vida, e pela sua generosidade. Quando adquiriu uma casa com quintal, onde hoje é a loja de vinhos, para colocar algumas alfaias agrícolas, emprestou a habitação a uma vizinha, que costumava ir fazer a vindima, que tinha ficado sem a casa onde habitava, não tendo cobrado nem um cêntimo durante vários anos até a família ter conseguido arranjar condições para a acolher.
A neta mais velha do agricultor, filha do primeiro casamento de Osvaldo Leonor, pediu, numa publicação nas redes sociais “a compreensão e o respeito de todos pela dor que a nossa família está a enfrentar mais uma vez”. A jovem fez um apelo às pessoas por causa da avó e agora viúva, Maria do Céu, pedindo para que não a bombardeassem com chamadas telefónicas e visitas, “devido à idade avançada e por tudo o que já passámos estes últimos anos”. E realça que a família está a unir forças para “lidar com esta perda irreparável”, agradecendo todo o carinho e apoio recebidos.

Morreu o agricultor José “Pichalho” após acidente com moto4

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