
Jaime Silva volta a expor em Tomar, “uma cidade superlativa”
Pintor de 78 anos regressa a Tomar onze anos depois de ter exposto pela primeira vez na cidade de que se confessa admirador. Exposição Ver/Olhar – Pinturas Recentes inclui diversos trabalhos do artista, alguns relacionados com memórias de infância. O MIRANTE esteve na exposição, na véspera da sua inauguração, e conversou com o pintor que trabalhou com o tomarense José Augusto França.
Tomar recebe, pela segunda vez, uma exposição do pintor Jaime Silva. Depois de em 2014 o artista ter exposto na cidade o seu trabalho “Cadernos de Sombras”, 11 anos depois regressa a Tomar para apresentar a exposição “Ver/Olhar – Pinturas Recentes”, que inclui diversas obras do pintor, algumas relacionadas com as suas memórias de infância. A inauguração ocorreu no dia 19 de Setembro, na Casa Manuel Guimarães, estando a exposição disponível para visitas até dia 16 de Novembro.
O MIRANTE visitou a exposição na véspera da inauguração e conversou com Jaime Silva. O pintor de 78 anos é um artista com vasto currículo. Nasceu no Peso da Régua, licenciou-se em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, e actualmente é vice-presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), com sede em Lisboa. Foi precisamente na SNBA que conheceu o artista tomarense José Augusto França, com quem manteve uma relação “simpática”. Recorda que foi através de José Augusto França que expôs pela primeira vez em Tomar, em 2014.
Jaime Silva explica que estava a apresentar o seu trabalho “Cadernos de Sombras” na SNBA e que disse a José Augusto França que gostava muito que ele fosse ver a exposição. “Ele gostou imenso, disse que estava fantástico e que gostava muito que eu oferecesse uma exposição destas para Tomar e assim foi”, recorda. Voltar a Tomar mais de 10 anos depois é quase um “milagre” para Jaime Silva. O pintor conta que foi convidado por uma ex-aluna, que mora em Tomar e com quem mantém uma relação de amizade, a expor alguns dos seus últimos trabalhos na cidade. A exposição agora patente em Tomar conta com diversos trabalhos do autor, alguns relacionados com memórias da sua infância, que foi passada na casa dos avós no Peso da Régua. O artista mostra-se contente por estar de regresso à cidade de Tomar. “É uma cidade superlativa das coisas mais espantosas que existe em Portugal, os templários e toda a história são fascinantes”, afirma.
Gosto pela arte teve influência de um tio
Jaime Silva, casado e pai de duas filhas, actualmente a morar em Caxias, lembra que os pais eram “pessoas banais”, mas tinha um tio e padrinho que era um pouco diferente. “Ele gostava de ler, escrever e desenhar, recordo-me que olhava para os desenhos e pinturas do meu tio e padrinho e ficava a pensar como é que alguma vez ia conseguir desenhar e pintar daquela forma”, explica. Reconhece que esse contacto com o tio e padrinho terá tido alguma influência no seu gosto pela arte, aprofundado ao longo da vida, nomeadamente com os estudos. Jaime Silva foi estudar para o Porto com oito anos de idade, depois passou para a Escola de Belas Artes e ainda fez quatro anos de serviço militar.
