
Aumento da população no Sardoal gera confronto político na reunião de câmara
A reunião de Câmara do Sardoal de 17 de Setembro ficou marcada por uma declaração política do vereador socialista Pedro Duque, em resposta a palavras proferidas pelo presidente Miguel Borges (PSD) na sessão anterior. O autarca do PS acusou o presidente de usar um tom “agressivo e provocatório” e de manipular dados sobre a população e a economia do concelho, defendendo que o crescimento recente não apaga a perda de habitantes das últimas décadas.
Pedro Duque afirma que, entre 2011 e 2021, o Sardoal perdeu mais de 300 residentes, cerca de 9,5% da população, acrescentando que o aumento dos últimos três anos, ainda abaixo da média nacional, resulta sobretudo dos fluxos migratórios. Também apontou críticas ao discurso de Miguel Borges sobre a actividade económica, reconhecendo que a derrama aumentou 125% mas lembrando que esse crescimento resulta de empresas do sector da construção que têm sede formal no concelho, mas não geram emprego. O vereador acusou ainda Miguel Borges de usar “rigor selectivo” e reafirmou, por outro lado, a ideia de que o Sardoal poderia beneficiar de ser um concelho dormitório, atraindo residentes que trabalham em municípios vizinhos, o que teria impacto positivo no comércio local e nas receitas municipais.
Miguel Borges respondeu garantindo que mantém “cada palavra” do que disse anteriormente e que não retira “uma vírgula” às suas declarações. O presidente rejeitou a leitura do socialista sobre o orçamento, lembrando que o documento segue obrigatoriamente o que determina a Lei das Finanças Locais e inclui não apenas receitas e despesas, mas também as grandes opções do plano, o plano plurianual de actividades e projectos de investimento. Relativamente à população, Miguel Borges contestou a ideia de manipulação e afirmou que, ao contrário de concelhos vizinhos que perderam habitantes, o Sardoal registou aumento nos últimos anos. O autarca destacou ainda que o concelho rejuvenesceu no índice de envelhecimento e melhorou no índice de sustentabilidade potencial, dados que, segundo disse, demonstram uma evolução positiva. “O nosso índice da sustentabilidade potencial passou de 1.88 em 2021 para 1.94 em 2024. O nível nacional, passou de 2.68 para 2.59, ou seja, desceu, ao contrário do nosso”, frisa.
A troca de argumentos prolongou-se, com o presidente a acusar a oposição de se limitar a fazer perguntas sem apresentar propostas concretas, e a reafirmar estar “muito feliz” com o balanço do trabalho desenvolvido no município.
