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Vale de Santarém vai homenagear o médico Almeida Gonçalves
Almeida Gonçalves

Vale de Santarém vai homenagear o médico Almeida Gonçalves

Almeida Gonçalves, natural do Vale de Santarém, faleceu em 2011. A Associação Identidade e Memória vai prestar tributo ao clínico, investigador e homem de cultura no dia 18 de Outubro.

A Associação Vale de Santarém Identidade e Memória vai promover, no dia 18 de Outubro, pelas 15h00, uma sessão de homenagem ao médico Almeida Gonçalves, natural do Vale de Santarém e falecido em 2011. A actividade vai decorrer na residência da família, na Rua Almeida Garrett, com entrada pelo número 19.
A organização recorda o homenageado como uma personalidade de muito relevo, pois além do seu gabarito como médico, investigador, profissional de elevado mérito, reconhecido dentro e fora do país, foi um amigo da população da vila, que dele guarda as mais gratas memórias.
A iniciativa vai considerar as diversas facetas da vida de Almeida Gonçalves, através de momentos que o evidenciam, por oradores convidados das áreas das suas actividades como médico e investigador, assim como de cidadão empenhado em causas humanitárias, e o seu grande interesse pela cultura. Um beberete encerra o programa.
José Carlos d’Almeida Gonçalves nasceu em 1929 no Vale de Santarém. Especialista em Dermatovenereologia em 1961 trabalhou no IPO (Instituto Português de Oncologia) de Lisboa durante 25 anos. Foi primeiro assistente do Instituto de Assistência aos Leprosos em Lisboa durante 15 anos. Em 1964 iniciou a Carreira nos Hospitais Civis de Lisboa e em todos os concursos de Dermatologia foi classificado em primeiro lugar.
A médica Maria de São José Marques frisa que Almeida Gonçalves foi uma autoridade mundial no tratamento de carcinomas avançados externos (pele, mama e vulva). Foi presidente da “International Society of Criosurgery” de 1988 a 2001 e membro honorário até à sua morte. Ainda no IPO criou uma variante da Quimiocirurgia de Mohs, que denominou Quimiocirurgia Simplificada. Progressivamente foi aumentando a assistência a tumores malignos mais graves e invasivos, criando numerosos protocolos para cancros considerados cirurgicamente inoperáveis.
Fundador da Associação
Portuguesa para Protecção
das Crianças Autistas
Desgostoso com a falta de apoio institucional decidiu abandonar o IPO e abrir um novo Serviço de Dermatologia no Hospital de Santarém em 1986, onde continuou os trabalhos de investigação e fez escola no método de criocirurgia, que possibilita aos médicos do serviço um à vontade nesta técnica que não existe em nenhuma outra instituição do país. Jubilado aos 70 anos, foi consultor do Hospital de Santarém em tempo parcial, durante sete anos, até a doença forçar a sua interrupção.
Por ter um filho autista e por não haver na ocasião qualquer conhecimento desta doença em Portugal, foi forçado a estudar para conhecer o seu diagnóstico. Na ausência de assistência para estes doentes, criou a Associação Portuguesa para Protecção das Crianças Autistas em 1971, bem como a primeira escola especializada no seu tratamento; quer uma quer outra foram as primeiras da Península Ibérica.
Desde a adolescência que se interessou pela cultura. Estudou piano e depois composição com Joly Braga Santos e teve contacto com Luís de Freitas Branco. Além da música, era profundo amante de literatura e artes plásticas. Colaborou com a sua mulher na organização do Estúdio Sérgio Eloy, no Vale de Santarém, onde parte da obra deste artista está em exposição permanente. Sérgio Eloy, seu enteado, foi dos primeiros fotógrafos portugueses a criar fotografia abstracta.
Sempre aberto a novas técnicas e terapêuticas, tinha também uma permanente atitude didáctica para com todos os colaboradores médicos, enfermeiros ou outros.

Vale de Santarém vai homenagear o médico Almeida Gonçalves

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