Braço-de-ferro na Junta de Freguesia da Cidade de Santarém para formar executivo
O presidente da junta eleito, Alfredo Amante, da coligação AD (PSD/CDS), colocou à votação várias propostas de listas, tendo sido todas chumbadas por voto secreto, em duas sessões da assembleia de freguesia inconclusivas. A novela vai ter novo episódio em breve.
A segunda tentativa para formar o executivo da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém falhou no seu objectivo. A sessão decorreu ao final da tarde de 3 de Novembro, na Casa do Campino. O presidente da junta eleito, Alfredo Amante, da coligação AD (PSD/CDS), colocou à votação três propostas de listas, tendo sido todas chumbadas por voto secreto. A AD não abdica de governar com maioria absoluta no executivo, composto por sete elementos, e as bancadas do PS e do Chega não parecem dispostas a fazer-lhe a vontade. Alfredo Amante apresentou várias alternativas, integrando sempre eleitos da oposição, a última das quais foi chumbada à tangente, com 10 votos contra e 9 a favor, numa proposta que incluía 3 eleitos da AD e 3 do PS, para além do presidente.
Perante o impasse, vai ser marcada nova assembleia de freguesia, órgão que elege o executivo da junta. Refira-se que o presidente da junta de freguesia é eleito directamente nas autárquicas, sendo o número um da lista mais votada. À assembleia de freguesia compete eleger o restante executivo mediante proposta do presidente de junta. A Assembleia de Freguesia da Cidade de Santarém é composta por 8 eleitos da AD, 8 do PS e 3 do Chega.
“Deixem-nos trabalhar”
“Para nós há um pressuposto essencial: quem ganha tem direito a governar. E o que transmiti aos outros grupos é que eles têm sempre, se quiserem, um controlo futuro através da assembleia de freguesia. Deixem-nos trabalhar para podermos desenvolver aquilo que está na nossa perspectiva para a freguesia”, disse Alfredo Amante à comunicação social no final da sessão de segunda-feira.
A sessão da assembleia de freguesia de 3 de Novembro, que sucedeu à de 30 de Outubro, contou com muito público, maioritariamente afecto às três forças políticas representadas. Foi também presenciada pelo presidente da Câmara de Santarém, João Leite, e pelo presidente da Assembleia Municipal de Santarém, Gustavo Reis, entre outros autarcas do município.
No dia 30 de Outubro, a lista apresentada pela AD era constituída por 4 elementos da coligação e 3 elementos do Chega, mas foi chumbada com 11 votos contra e 8 a favor. Face a esse resultado, os líderes do PSD, PS e Chega ainda tentaram negociar uma saída, com uma lista que envolvesse 3 eleitos da AD, 2 do PS e 2 do Chega, mas o PSD acabou por não aceitar, por querer ter maioria absoluta no órgão executivo. E acusa os socialistas de quererem continuar no executivo após terem perdido as eleições. O presidente da Câmara de Santarém, João Leite, também líder da concelhia do PSD, acusou mesmo o PS de querer “desrespeitar a vontade da população” ao pretender colocar dois eleitos no executivo da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém.
Em declarações a O MIRANTE, o socialista Diamantino Duarte, ex-presidente da Junta da Cidade e candidato derrotado nestas eleições, que também lidera a concelhia do PS, disse que o PS apenas pretende que a composição do executivo reflicta os resultados eleitorais, em que a AD, tendo ganho a presidência da junta, não teve maioria absoluta.

