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Associação ambientalista diz que projecto no aterro da Ecolezíria é atentado ao ambiente

Associação ambientalista diz que projecto no aterro da Ecolezíria é atentado ao ambiente

Associação Zero diz que projecto na Ecolezíria prevê a deposição, nos próximos anos, de mais de um milhão de toneladas de resíduos urbanos no aterro da Raposa, em Almeirim.

A associação ZERO criticou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo por meter em consulta pública um projecto no aterro da Ecolezíria que considera ser “um atentado ao ambiente e à saúde pública”. Em comunicado, a ZERO afirma que a consulta pública terminou no dia 27 de Novembro e que o projecto prevê a deposição, nos próximos anos, de mais de um milhão de toneladas de resíduos urbanos no aterro da Raposa, em Almeirim, grande parte deles orgânicos não tratados, o que é “expressamente proibido” pelo Decreto-Lei n.º 24/2024, que obriga ao tratamento prévio antes da deposição em aterro.
Este projecto “não prevê nem a selecção adequada de resíduos, nem o tratamento dos resíduos orgânicos, pelo que é totalmente ilegal face à legislação vigente”, sustenta a associação, alertando para riscos como a libertação de odores, a proliferação de doenças, a produção de lixiviados poluentes e emissão de gases com efeito de estufa. Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente citados pela ZERO, em 2024, a Ecolezíria enviou para o aterro da Raposa mais de 85% dos resíduos recolhidos nos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos – cerca de 57 mil toneladas – sem qualquer tratamento, tornando o sistema “um dos piores do país”. Na nota a que a Lusa teve acesso, a associação defende uma mudança profunda na gestão dos resíduos na região, propondo a recolha selectiva porta-a-porta, a aplicação do tarifário PAYT (Pay as You Throw), e a instalação de uma unidade de tratamento mecânico e biológico para garantir o processamento integral dos resíduos indiferenciados.
O aterro da Raposa já motivou a criação de uma petição pública lançada por um grupo de cidadãos do concelho de Almeirim, que exige o encerramento do aterro, alegando “riscos ambientais, ausência de fiscalização e falta de transparência”. A petição, que já ultrapassou os 600 subscritores, surgiu após um incêndio ocorrido a 23 de Abril no recinto do aterro, junto à Estrada Nacional 114. Na altura, questionada sobre o estado da licença de operação, a Ecolezíria afirmou que o encerramento definitivo do aterro sanitário da Raposa estava previsto para ocorrer “nos próximos meses”, dependendo da produção de resíduos nos concelhos aderentes. A empresa indicou ainda que aguardava conclusões técnicas, “a divulgar após as eleições autárquicas, para apoiar as decisões do futuro Conselho de Administração”.

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