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“Negócio do combate aos incêndios é mais importante que a sua prevenção”

Executivo municipal de Tomar discutiu importância de proprietários limparem terrenos para evitar tragédias como a de Pedrógão Grande

Grande parte do tempo da última sessão camarária do executivo municipal de Tomar foi a debater o incêndio em Pedrógão Grande que matou 64 pessoas e a necessidade de repensar a floresta também no concelho de Tomar. O vereador Pedro Marques, do movimento Independentes por Tomar (IpT), considera que a questão dos incêndios é um problema do país e que é necessário identificar os problemas e legislar o que for possível.
“Os proprietários dos terrenos têm que ser responsabilizados por não limparem os terrenos. Infelizmente, é mais importante o negócio do combate aos fogos do que o negócio da prevenção. Tem que haver vontade política para resolver este problema”, afirmou Pedro Marques.
A presidente do município, Anabela Freitas (PS), concordou e lamentou que “não há interesse económico para que a aposta seja feita na prevenção e não no combate ao incêndios”. A autarca acrescenta que “o caminho é legislar e dar poderes para se poder intervir em propriedade privada”.
O vereador João Tenreiro (PSD) referiu que o que aconteceu em Pedrógrão Grande pode acontecer em Tomar e defende a necessidade de se criar um “condomínio” dos produtores florestais para que os terrenos sejam limpos com frequência para evitar situações destas. Tenreiro referiu também ser necessário que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) tome medidas para que a situação de Pedrógão não se repita na região.
Anabela Freitas salientou que a CIMT foi pioneira na videovigilância florestal e que estes assuntos são debatidos com regularidade. “Andamos há três anos a tentar constituir duas ZIF [Zona de Intervenção Florestal] mas tem sido um processo muito difícil e burocrático não havendo apoios financeiros para os proprietários limparem os seus terrenos. Todos os anos se fala da questão da prevenção. A Associação Nacional de Municípios Portugueses apresentou uma proposta de transferência de competências para os municípios, para a gestão da floresta, mas ainda não houve resposta”, disse. Na segunda-feira, 3 de Julho, o concelho voltou a ser fustigado pelas chamas na freguesia de São Pedro de Tomar.

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