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Carteira suspeita de roubar cartões de crédito foi suspensa de funções

Autoridades acreditam que terá lesado 15 pessoas em cerca de 10.000 euros. Helena Dias era carteira nos CTT de Salvaterra de Magos.

A carteira detida na quinta-feira, 14 de Junho, por suspeita de desvio de correspondência e utilização abusiva de cartões de crédito terá lesado 15 pessoas em cerca de 10.000 euros, tendo ficado sujeita a apresentações periódicas no posto da sua área de residência. Em comunicado, a GNR refere que a suspeita, com 40 anos e residente em Valada, no concelho do Cartaxo, usava os cartões de crédito que retirava de correspondência que não entregava aos destinatários, residentes no concelho vizinho de Salvaterra de Magos.
Natural de Mora (distrito de Évora), Helena Dias era carteira nos CTT de Salvaterra de Magos, desde Dezembro passado. Contratada por intermédio de uma empresa de prestação de serviços já teria exercido a mesma profissão noutras localidades da região.
O esquema desta burla passava por fazer o desvio de correspondência dos cartões de crédito e de outras cartas de facturação, onde facilmente tinha acesso aos números de identificação fiscal de cada lesado. Quatro dígitos desse número funcionavam como código de activação do cartão, permitindo fazer pagamentos e levantamentos em dinheiro. Os levantamentos eram feitos em caixa multibanco de Benavente e Salvaterra de Magos.
A investigação, a cargo do Núcleo de Investigação Criminal de Coruche da Guarda Nacional Republicana, durou cerca de seis meses e terminou com a detenção da suspeita nos minutos seguintes à mesma ter deixado o seu filho de dois anos, na creche. Helena Dias é mãe de mais dois filhos, um de 15 e outro de 20 anos.
Em comunicado, a Procuradoria da Comarca de Santarém afirma que a mulher está “fortemente indiciada” pela prática dos crimes de peculato, violação de correspondência e burla informática e nas comunicações.
Lesado não quer depor contra a suspeita
António Santos foi um dos lesados do extravio múltiplo de cartões de crédito em Salvaterra de Magos. A O MIRANTE,
o bombeiro de profissão, lesado em 1253 de euros, diz não querer depor contra, por consideração ao filho ainda criança da mulher. “Não quero que ele cresça sem poder ter a presença da mãe”, disse.
Há cerca de duas semanas, António Santos diz ter recebido um telefonema da Universo a dizer que o processo de dívida estava anulado e que não iriam ser imputados os valores da dívida, depois de ter recebido durante meses cartas desta entidade a solicitar o pagamento da dívida.
Recorde-se que O MIRANTE noticiou, em Abril último, que este homem, já tinha sido lesado em 1253 euros, sem nunca ter tido em sua posse o cartão da Universo. No dia 28 de Março António Santos recebeu a primeira mensagem da Universo a dizer que lhe iriam ser debitados da conta 61,75 euros. Intrigado com a mensagem, ligou para a linha de apoio e ficou a saber que já tinham sido levantados mais de mil euros com o seu cartão. Comunicou de imediato à entidade que nunca chegou a ter o cartão em sua posse e pediu a sua anulação. Também apresentou queixa nos CTT e na GNR.
No caso de António Santos, quem extraviou as cartas que continham o seu cartão de crédito e procedimento de activação também se apropriou de uma terceira correspondência. Tratava-se de uma carta de facturação de electricidade. Isto porque para se conseguir activar o cartão Universo era necessário introduzir o número de identificação fiscal, que vem enumerado em facturas para pagamento de contas.

Paula Coelho foi uma das lesadas

Paula Coelho foi uma das lesadas do desvio de cartões de crédito

Paula Coelho foi uma das pessoas que ficou sem saber do paradeiro do seu cartão de crédito da Universo. A residente em Salvaterra de Magos conta que em Janeiro deste ano foi à loja Worten dessa vila para ir comprar electromésticos para rechear a casa da filha. Na altura, foi aliciada a aderir ao cartão Universo para pagar em prestações as compras no valor de 600 euros.
Paula aceitou e deram-lhe um cartão provisório para usar enquanto o novo não era enviado para casa. “Como já estávamos em Março e ainda tinha 400 euros de plafond para gastar, dirigi-me à loja para comprar um telemóvel para o meu marido”, revela, dizendo que foi aí que soube que o cartão já tinha sido enviado e utilizado. Paula Coelho fez queixa na GNR de Salvaterra de Magos.
Ao todo, Paula Coelho foi lesada em 400 euros, através de levantamento no multibanco na ordem de 95 euros e em cerca de 300 euros em combustível. “Dirigiam-se sempre à caixa automática do Centro de Saúde de Salvaterra de Magos porque é a única que não tem câmaras de videovigilância. Eles sabiam bem o que faziam”, confessa a lesada a O MIRANTE.

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