A Palavra dos Leitores | 06-11-2012 10:14

Apanhar azeitona para não a ver apodrecer no chão

Cada vez se vêm menos famílias na apanha da azeitona, agora não é mais do que um gosto familiar. A azeitona está toda a cair no chão e nada se faz. É claro que para o evitar é necessário trata-la com antecedência (sulfato) mas financeiramente até prejudica, meia tonelada de azeitona retirada com trabalho árduo e pelo menos 4 pessoas e 4 dias apenas dá uns desmoralizantes 45 litros de azeite. Pagar a pessoas, máquinas, seguros, combustível para o fazer está fora de questão. É de louvar as raras famílias que o fazem pois a única valência não é mais do que o ajuntamento familiar, no meio de esforço árduo há sempre tempo para confraternizar, lembrar o passado, ensinar os mais novos, aprender com eles e compreender melhor o presente. Em redor da oliveira estendem-se mantas, sobe-se à árvore e manualmente soltam-se as azeitonas cortando também alguns ramos. Os ramos mais baixos são logo “atacados” ficando aquelas partes mais altas em que outro usa a vara, varejando fortemente soltando assim as azeitonas que caem nas mantas. A seguir começa a separação pois para o lagar apenas se quer azeitona limpa e não folhas ou ramagens, é um processo que demora mesmo muito tempo e é necessária paciência mas em família onde os mais novos ajudam é feito em consonância e corre bem. O azeite é apreciado em todo o mundo e tão bem nos faz! Comprar no supermercado não dá trabalho e é mais barato e disso não há dúvida! Antigamente, haviam filas para entregar as azeitonas nos lagares, agora ou já não existem ou apenas estão dois gatos-pingados a receber as azeitonas para processar. A falta de políticas agrícolas acertadas é uma constante e na actual fase difícil que se atravessa seria bom “explorar” e incentivar os jovens a irem para o campo, mais que não fosse ao fim de semana. Os mais antigos estão a ficar cansados ou já não podem e os mais novos não têm interesse, a passagem destes costumes está a desaparecer e as Oliveiras agora servem como árvore de ornamentação em rotundas e em jardins de casas abastadas. Os espanhóis por sua vez compram propriedades com hectares de oliveiras no Alentejo e fazem lucro com este azeite feito com azeitonas Portuguesas e vendido nos hipermercados Portugueses. Está tudo ao contrário!”.Rui Ralha Valente

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