A Palavra dos Leitores | 26-07-2021 10:05

Ode à amizade

Neste mundo há sempre alguém que nos tem apreço por uma ou outra coisa. Uma amiga minha aprecia a minha escrita e é a ela que pretendo homenagear. O título deste texto pode parecer plágio dos grandes autores, mas foi o único que me fez sentido usar, após a minha reflexão.

Tenho visto e ouvido, ao longo da minha existência, algumas coisas, umas dignas de se guardarem na memória para perdurarem através dos tempos, das narrativas contadas e passadas de pais para filhos, e outras não!

Observam-se, através da poderosa lente de uma câmara fotográfica, as indumentárias dos famosos e ouve-se falar das ligações românticas que assolam os seus corações, e que logo, num abrir e fechar de olhos, se dissipam como a bruma da manhã.

Lê-se sobre as últimas tendências de decoração: como decorar o quarto, a sala e o hall, quais as cores que transmitem paz e serenidade, e quais aquelas que fortalecem o espírito trabalhador de quem tem diariamente de ir à luta pelo pão de cada dia.

Vêem-se imagens, de beleza rara, dos duques e das duquesas, dos reis e das rainhas, dos seus afazeres, das suas alegrias, das suas vitórias e, por percalço da vida, também de algumas derrotas.

Ouve-se música no carro e atenta-se à meteorologia na televisão.

E, tão ocupados andamos neste carrossel que é o nosso mundo, que quase já ninguém fala sobre a amizade, o que é ser-se amigo, aquele sentimento nobre que faz o mundo girar e nos faz pensar, no mais profundo do nosso ser, em quem nós somos, o que fazemos, por onde andamos e para onde, realmente, queremos ir!

E só se falam em coisas banais, e de mortes, e de doenças, e de crimes, e de rancores… e a amizade? Onde foi parar a amizade? Será que está confinada desde o nosso confinamento? Ou terá, infelizmente, sido confinada muito antes disso?

A amizade tem-se vindo a perder: a labuta diária, a pressão entre os pares e a concorrência, umas vezes leal e outras desleal, têm encoberto o sentimento de amizade por debaixo de uma manta, uma manta de retalhos, talvez, para que do sentimento reste apenas uma réstia de recordações…~

Eu refuto esta manta!

Eu quero mesmo é que o meu grito chegue aos quatro ventos e espalhe a mensagem de que, a par e a passo com a nossa família, a amizade é o bem mais precioso que temos!

Eu conheço muita gente… amigos, no entanto, posso contar pelos dedos das mãos, da mão esquerda, que é a mão do coração e que é naquela onde todos os meus Amigos cabem!

Eu dedico estas minhas palavras à minha querida amiga Maria, chamo-lhe assim em prol do anonimato, e a todas as “Marias”, que são verdadeiramente amigas de alguém, quem sabe, dos meus muito estimados leitores.

Obrigada por estares sempre aí!

E, a todas as “Marias” bem-haja a vossa existência!

Júlia Maria Feiteira Dinis Bernardino

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