Mais do que flores
Digamos que viemos a este mundo em “comissão de serviço” e quando o contrato acabar, partiremos para o almejado descanso – “uma reforma na proporção do que demos e fizemos”.
Digamos que viemos a este mundo em “comissão de serviço” e quando o contracto acabar, partiremos para o almejado descanso – “uma reforma na proporção do que demos e fizemos”.
A única coisa que temos certa depois de nascermos é a morte corporal, todavia trazemos connosco o selo ou passaporte que nos permite aceder ao outro lado da vida e nele permanecer para todo o sempre.
Os primeiros cristãos chamavam ao lugar onde colocavam os cadáveres, cemitério, que significa dormitório. A Igreja usa o termo defuntos e não mortos, pois partiram deste mundo mas continuam vivos. O corpo jaz no cemitério, mas a pessoa, a alma, vive, é imortal, não morre nunca. Sendo assim somos todos, homens e mulheres, seres para a eternidade.
Esta certeza justifica as preces, as orações e as Missas que se fazem pelos que já nos deixaram e aguardam a nossa carinhosa ajuda para os sufragar. As flores revelam um carinho, uma atenção e uma delicadeza de saudade, mas não são o mais importante.
O Céu não é um lugar, mas uma comunhão de amor com Deus e com os outros, que jamais terá fim, tal como o inferno será o degredo e a separação definitiva da partilha neste amor divino.
Pensar estas realidades, longe de ser triste, deve ser motivo para procurar viver uma vida mais séria, mais santa e mais serena pois, na verdade, não sabemos o dia nem a hora em que chegará a nossa vez.
No século IV, a Igreja da Síria consagrou um dia para festejar “ todos os mártires” e em 840 o Papa Gregório IV instituiu a Festa de Todos os Santos, que passou a ser celebrada universalmente no dia 1 de Novembro.
Considerada pela Igreja como uma festa grande, passou a ter celebração vespertina ou vigília a 31 de Outubro, para preparar o grande dia de homenagem a todos os que nos precederam na fé. Esta festa de véspera teve o seu início em Roma “ All Hallow´s Eve” – Vigília de Todos os Santos.
Com o passar dos tempos, sofrendo várias interferências de elementos pagãos e celtas, os povos que habitavam a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha iniciaram rituais variados, que mais tarde exportaram para os Estados Unidos, transformando esta festa num divertimento mais carnavalesco do que sagrado.