Década após década, governo após governo, o nosso “Portugal à beira mar plantado” vai modificando os seus valores, os valores dos seus “egrégios avós”.

Nunca imaginei que no nosso país, que tão bem soube resistir à violência, trocando armas por cravos, houvesse um dia uma alma jovem, que tão sofrida estivesse, que pensasse provocar o caos e a destruição numa universidade portuguesa! O que se passa no nosso Portugal? Terrorismo? No Portugal do fado e das guitarradas, no Portugal hospitaleiro e de sorriso no rosto?

É o “bullying” e a violência que acontece nas escolas, e que se expressa também nas universidades, de que todos nós falamos. Contudo é de toda uma sociedade que se está a tornar ausente em afetos, ausente em carinho e amor, onde se dá a crianças e jovens um jogo, ou uma Playstation, para colmatar a ausência da família! Cada vez mais se troca tempo de qualidade em família, por tempo perdido nas redes sociais!

Não é dos famosos western, do cinema, ainda a preto e branco, do século passado, mas ainda tão recente na nossa memória coletiva, que vem esta selvática forma de violência. Também não é, certamente, dos povos de outras nações com os quais partilhamos o solo e a economia. É do ódio que se destila e circula nas redes sociais e que se observa em programas televisivos, que deveriam ser de entretenimento mas que, pelo contrário, são o palco onde se alimentam rancores e ódios que, inevitavelmente, conduzem a várias formas de destruição.

Assistimos diariamente a atitudes de maldade extrema. É esta vida violenta que queremos para os nossos Homens do amanhã? É isto que queremos para nós? Não está na hora de evitarmos que raízes do mal se fortifiquem em terras de Portugal? A mim, parece-me que já é hora. Tomara não seja tarde demais.