Arquivo | 16-01-2013 09:55

Julgamento de alta segurança começa hoje em Monsanto com 14 acusados de raptos e extorsão

O julgamento de 14 arguidos, 13 dos quais em prisão preventiva, acusados de associação criminosa, raptos, extorsão, roubos e tráfico de droga, começa hoje no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, sob fortes medidas de segurança.Além destes crimes, um dos alegados líderes do grupo vai ser também julgado pelo homicídio de um jovem de 25 anos.O caso pertence à 6.ª Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, mas fonte judicial adiantou à agência Lusa que o julgamento vai decorrer no Tribunal de Monsanto, por questões de segurança, devido à natureza violenta dos crimes e aos arguidos envolvidos.Treze homens - oito cabo-verdianos, dois guineenses e três portugueses -, com idades entre os 22 e os 41 anos, encontram-se em prisão preventiva ao abrigo deste processo. Uma mulher, de 27 anos, está em liberdade, sujeita ao termo de identidade e residência.De acordo com a acusação do Ministério Público, a que a agência Lusa teve acesso, o alegado grupo criminoso terá sido criado por dois arguidos conhecidos por Mingo e Punga em 2010.O grupo desenvolvia o tráfico de droga a partir do Bairro da Cova da Moura, na Amadora. Segundo o MP, os arguidos obtinham cocaína e heroína sob ameaça e com o sequestro dos vendedores, para depois venderem o estupefaciente a um preço superior.Quando faltava cocaína ou heroína, os dois alegados líderes enviavam colaboradores ao estrangeiro, nomeadamente ao Brasil, para trazer produto estupefaciente.Num dos vários raptos relatados na acusação, na noite de 21 de julho de 2011, três dos arguidos levaram um homem para um local no Seixal, onde o mantiveram em cativeiro mais de um dia, recorrendo a agressões físicas e ameaças de morte.Pelo meio, os suspeitos efetuaram vários telefonemas para o irmão a pedir um resgate de 100 mil euros.Temendo pela vida do familiar, o homem deixou 98 mil euros num local combinado, em Cascais.A vítima foi libertada e encontrada pelo irmão a deambular na via pública, no Casal do Marco, concelho do Seixal.Segundo a acusação, a 03 de agosto de 2010, um dos alegados líderes do grupo, com a colaboração de outros três homens, levou a cabo um plano para matar Carlos Oliveira, de 25 anos.O jovem foi atingido com um tiro no peito por um dos três elementos - que não é arguido no processo -, quando se encontrava num café na Quinta do Loureiro, em Lisboa. O presumível responsável pela rede criminosa vai responder por coautoria no homicídio qualificado.Num dos roubos de viaturas (‘carjacking'), três dos elementos do grupo obrigaram um homem que estava com a filha de três anos ao colo a entregar as chaves do automóvel, na zona de Lisboa, explica a acusação.O MP acrescenta que um dos 14 arguidos estava proibido, desde 2005, de entrar em qualquer país do espaço Schengen, mas conseguiu fazê-lo em Portugal através do aeroporto de Lisboa, com recurso a um passaporte falso.Um outro elemento, quando regressava da Guiné-Bissau, acabou detido pela Polícia Judiciária no aeroporto de Lisboa, com 68 "bolotas" de cocaína no estômago.Os 14 arguidos vão ser julgados por associação criminosa, tráfico de droga, extorsão e de vários crimes de roubo e de rapto, todos qualificados. Estão ainda acusados de detenção de arma proibida, auxílio à imigração ilegal, incêndio, dano, falsificação de documentos, condução sem carta e violação da proibição de entrada no país.O início do julgamento está agendado para as 09:30 no Tribunal de Monsanto.

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