Arquivo | 17-01-2013 05:39

Alívio das taxas de juros portuguesas é "bom augúrio" para regresso aos mercados - FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem que o alívio dos juros da dívida soberana portuguesa é um "bom augúrio" para o regresso aos mercados, advertindo, contudo, que existem ainda "consideráveis desafios a médio prazo" para a economia portuguesa."As autoridades devem prosseguir os esforços para (...) impulsionar o crescimento a longo prazo, e reforçar a consolidação orçamental", declarou o Fundo, em texto divulgado na noite de quarta-feira.A nota, assinada por Nemat Shafik, vice directora-geral do FMI, seguiu-se à aprovação do desembolso de uma tranche de 838,8 milhões de euros para Portugal, depois de dada a "luz verde" à sexta avaliação do programa de ajustamento português.O FMI diz que é necessário em Portugal um "debate público sobre a melhor forma de dividir o fardo do considerável ajuste" económico."Progresso significativos foram feitos" em matéria de consolidação orçamental, aponta Nemat Shafik, que alerta, todavia, que para a necessidade de uma "implementação continuada" de medidas no obter da "consolidação orçamental duradoura".É pedido também às autoridades portuguesas que prossigam "com determinação" as reformas estruturais que assegurem uma melhoria na "competitividade, crescimento e emprego".Para lá dos "esforços internos", acrescenta o Fundo, o sucesso do programa de ajustamento português "dependerá fundamentalmente de apoio externo constante e políticas bem-sucedidas da zona euro" para travar a crise da moeda única.No começo de janeiro a Comissão Europeia confirmou que o empréstimo português deverá ser aumentado em “três a quatro mil milhões de euros”, devido a alterações cambiais e nos empréstimos concedidos pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).As três instituições que formam a 'troika' (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) concederam a Portugal um empréstimo de 78 mil milhões de euros, que está a ser pago pelo país em várias tranches.No relatório recentemente encomendado pelo Governo ao FMI sobre a despesa do Estado, o Fundo detalha medidas que “poderão aumentar a eficiência do Estado, reduzindo a sua dimensão de forma a suportar a saída da crise”, disse já o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.Em conferência de imprensa dada na semana passada, o governante disse também que o FMI propôs “um corte permanente na despesa de quatro mil milhões de euros a partir de 2014, que poderá ser precedido de uma redução de 800 milhões já este ano”.Fevereiro é o mês do sétimo exame regular da 'troika', onde deverá ser tido já em conta o repensar das funções do Estado.O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje "fantásticos" os resultados da primeira emissão de bilhetes do Tesouro de 2013 e sustentou que existe "um crescendo de confiança" de todos os agentes do mercado relativamente a Portugal.O Tesouro português colocou ontem um total de 2.500 milhões de euros no mercado de dívida, a três meses, a doze meses e a dezoito meses, pagando taxas de juro médias de 0,667%, de 1,609% e de 1,963%, respectivamente.

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