Covid-19 | 25-04-2020 10:00

Colégios João de Deus estão fechados  mas exigem pagamento de mensalidades 

Colégios João de Deus estão fechados  mas exigem pagamento de mensalidades 

Encarregados de educação consideram valores elevados e situação injusta e lesiva. Reclamações tiveram início no estabelecimento de Santarém.

Pais de alunos que frequentam os Colégios João de Deus estão contra o facto da instituição continuar a exigir às famílias o pagamento quase integral das mensalidades numa altura em que as crianças estão em casa e as actividades lectivas suspensas devido à pandemia causada pela Covid-19. O protesto nacional começou em Santarém. Luísa Grenho e Andreia Morgado, tal como outros encarregados de educação, consideram a situação injusta e lesiva. Por isso lançaram uma petição pública, intitulada “Por uma mensalidade justa nos Jardins-Escolas João de Deus”, que conta com cerca de 3.800 assinaturas.


Em causa está o facto da direcção dos Colégios João de Deus ter proposto uma redução de apenas 10% em metade da mensalidade de Março e exigir o pagamento de 75% da mensalidade normal em Abril. As actividades lectivas foram suspensas no dia 16 de Março e os encarregados de educação propõem à João de Deus um reajuste das mensalidades, em 70% para a creche e pré-escolas (que não estão a usufruir de qualquer serviço) e em 50% para os alunos dos 1º e 2º ciclos.


O director da Associação Jardins-Escolas João de Deus, António Ponces de Carvalho, disse a O MIRANTE que o desconto de 25% na mensalidade de Abril está garantido, mas só depois de fazerem as contas, no início de Maio, é que poderão avaliar se é possível aumentar o desconto. Ponces de Carvalho compreende a angústia dos pais mas lembra que a instituição tem despesas fixas e, apesar de alguns funcionários estarem em lay-off, os professores estão a trabalhar.


O valor das mensalidades nos Colégios João de Deus varia de acordo com o IRS dos encarregados de educação nas valências de berçário, creche e pré-escolar. No 1º ciclo as mensalidades variam entre os 330 e 350 euros. Luísa Grenho, que tem um filho no Colégio João de Deus, em Santarém, conta que há pais com muita dificuldade em pagar a mensalidade dos filhos pois estão em lay-off e não recebem o ordenado completo. Há outros que já pediram transferência dos filhos para escolas públicas por não poderem suportar as despesas.


Os pais não se recusam a pagar mas consideram os valores pedidos exagerados. Andreia Morgado tem dois filhos a frequentar o Colégio João de Deus em Santarém. “Não digo que não pago a mensalidade, até porque as professoras e funcionárias estão a fazer o seu papel no ensino à distância. Mas achamos que os valores que pedem não são justos. Queremos chegar a um acordo justo para pais e colégio”, afirmou a O MIRANTE.


A rede João de Deus tem, a nível distrital, uma escola em Santarém, duas em Tomar, uma em Torres Novas, uma no Entroncamento e uma no Tramagal (Abrantes).

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