Cultura | 18-07-2019 15:00

Bons Sons junta a boa música à protecção do ambiente

Bons Sons junta a boa música à protecção do ambiente
MÚSICA

Festival de música portuguesa regressa à aldeia de Cem Soldos, nos arredores de Tomar, entre os dias 8 e 11 de Agosto.

Festival Bons Sons vai continuar a apostar na sustentabilidade ambiental com medidas que reduzam a pegada ecológica dos milhares de visitantes que vão estar entre 8 e 11 de Agosto em Cem Soldos, concelho de Tomar. Substituir a maioria dos materiais descartáveis de plástico fornecidos ao público na área da restauração por descartáveis compostáveis, de forma a que continuem o ciclo natural, transformando-se e enriquecendo a terra, é um dos objectivos da organização.

Também se pretende melhorar a separação de resíduos e posterior encaminhamento para reciclagem. Vão ser disponibilizados porta-beatas assim como vários cinzeiros de exterior em todo o recinto. Os copos reutilizáveis vão continuar mas este ano vão ser oferecidos aos visitantes em vez de serem comprados. No final, os festivaleiros podem levar os copos para casa ou deixá-los no festival para serem reutilizados.

O director artístico do Bons Sons, Luís Ferreira, explica a O MIRANTE que outras das medidas em que vão apostar é nas torneiras com redutor de caudal e temporizador espalhadas pelo recinto, assim como a iluminação LED. Estará ainda disponível, na loja do festival, uma garrafa de água reutilizável que, aliada às fontes de água, vai minimizar a quantidade de garrafas de uso único.

Depois de, em 2018, terem batido recordes de presença de público, com 38.500 visitantes, este ano vão diminuir a lotação máxima para 35 mil visitantes. “Chegámos à conclusão que poderíamos estar a ultrapassar os níveis de conforto da vivência no festival. Queremos que os visitantes possam viver a aldeia de forma plena e sustentável. Não queremos seguir o caminho que normalmente segue a indústria criativa, tornando-se um evento massificado”, destaca Luís Ferreira.

O Bons Sons este ano vai contar com um posto médico avançado para aumentar o sentimento de segurança de quem visita o festival. Para celebrar a 10ª edição do festival a organização elaborou um manifesto que reflecte a filosofia do Bons Sons e aquilo que pretendem que o certame seja e represente.

Recinto vai ter mais dois palcos

Este ano vai haver dez palcos em vez de oito: o novo Palco António Variações, que está no local do antigo Palco Eira e é uma homenagem ao cantor e compositor português que marcou a década de 1980; e o Palco Carlos Paredes, que vai funcionar no lagar de Cem Soldos e será o novo local dedicado à programação da Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, que deixa a igreja de São Sebastião.

Outra das novidades é que o Palco Zeca Afonso vai ser um local para ver concertos de forma mais descontraída e confortável, para pessoas sentadas, tirando partido do cenário envolvente. O Palco Amália volta a ter concertos apenas à tarde e passa a ser um palco com quatro frentes, proporcionando uma proximidade entre artistas e o público. Vão ser mais de meia centena de actuações divididas por dez palcos. No concerto de abertura a Orquestra Filarmónica Gafanhense vai compor e interpretar dez temas, um por cada edição do Bons Sons, sendo escolhido um tema de um músico ou de uma banda de cada edição.

Lançamento de livro comemorativo, teatro e dança

No âmbito da parceria de programação entre o Bons Sons, o Festival Materiais Diversos e o Curtas em Flagrante, o Auditório Agostinho da Silva recebe os espectáculos “Coexistimos”, de Inês Campos, “Danza Ricercata”, de Tânia Carvalho, “Nem a Própria Ruína”, de Francisco Pinho, João Dinis Pinho e Dinis Santos e uma selecção de curtas-metragens. A organização vai lançar, em parceria com as Edições Escafandro, um livro ilustrado para comemorar as dez edições do Bons Sons.

Vão também ser organizados dois debates: um sobre “Territórios e Interioridade” e outro sobre “Artes e Produção Cultural”. Esta é uma parceria com o Fumaça. Também não vai faltar teatro, com a peça “Portuguesas Inesquecíveis”, com curadoria da actriz e encenadora Cláudia Gaiolas, que irá apresentar e encenar histórias de mulheres portuguesas à frente do seu tempo.

Concertos juntam duplas em palco

Para comemorar os 13 anos e as dez edições do Bons Sons foram convidadas bandas que já marcaram presença no festival e que vão actuar em duplas. First Breath After Coma+Noisery; Lodo+Peixe; Sopa de Pedra+Joana Gama; Glockenwise+JP Simões; Joana Espadinha+Benjamin; Sensible Soccers+Tiago Sami Pereira. Os Diabo na Cruz são o único grupo que actua a solo.

Além destas actuações também vão subir ao palco Tiago Bettencourt; Júlio Pereira, Luísa Sobral; Hélder Moutinho; Budda Power Blues&Maria João, Dino D’Santiago; Pop Dell’Arte; X-Wife; Três Tristes Tigres; Stereossauro; DJ Ride; Fogo Fogo; Scúru Fitchádu; Paraguaii; Baleia Baleia Baleia; Tape Junk; Miramar; Pedro Mafama; Senza; Afonso Cabral; Ricardo Toscano e João Paulo Esteves da Silva; Raquel Ralha&PedroRenato; Jorge da Rocha; Mano a Mano; Sallim; Galo Cant’Às Duas; Tiago Francisquinho; Gator; The Alligator; Cosmic Mass; Francisco Sales; Dada Garbeck; Valente Maio; Ricardo Leitão Pedro; DJ Narciso; DJ João Melgueira; Carlos Batista; Vénus Matina; Rezas, Benzeduras e Outras Cantigas; Telma; Cal; Adélia; Pequenas Espigas e Vozes Tradicionais Femininas. No último dia do festival há uma festa de encerramento, cheia de surpresas e convidados, com curadoria de Moullinex.

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