Cultura | 15-08-2019 18:00

Parques de campismo servem cada vez mais para turistas de passagem

Parques de campismo servem cada vez mais para turistas de passagem
FÉRIAS

Os parques de campismo do interior já não são uma escolha para férias prolongadas.

Quando atravessamos a ponte de Constância em direcção à vila conseguimos perceber do lado direito a presença de algumas tendas e caravanas, mas é preciso estar atento porque as árvores de grande porte conseguem camuflar o parque na perfeição. No interior, Lina Ferreira anda atarefada a regar as plantas com que há cerca de um ano tenta embelezar o espaço. O objectivo, confessa-nos mais tarde, é conseguir instalar um sistema automático de rega gota a gota, mas por enquanto tem que ser à mangueira.

O parque de campismo e caravanismo de Constância reabriu em meados de Julho de 2018 na sequência de um concurso lançado pela Câmara Municipal de Constância. A Green Roc, empresa de Lina Ferreira e do marido, venceu o concurso e desde então foi arregaçar mangas e pôr mãos ao trabalho. O processo de adaptação tem sido complicado, os proprietários referem que mudar os maus hábitos anteriores, como por exemplo fazer perceber aos clientes que têm que pagar pela electricidade que consomem, não tem sido fácil.

É um parque de passagem, quando chega um cliente a pensar ficar uma noite e depois acaba por ficar uma semana é um gáudio para os proprietários.

Depois de alguns meses em obras, o Zêzere Bar, situado junto ao parque de campismo e explorado pela mesma empresa através de concessão camarária, reabriu em Março deste ano. Para além de servir de apoio aos utentes do Zêzere Park – Camping Constância, está também aberto ao público em geral e representa mais uma dor de cabeça para Lina Ferreira. Se as descidas de kayak no rio Zêzere são um serviço que corre bem, sem falta de profissionais experientes e interessados, já para o atendimento no bar é difícil encontrar pessoal qualificado e com conhecimento de línguas. Afinal grande parte dos clientes são estrangeiros. São eles os que mais apreciam o parque. “Sentam-se em frente ao rio e ali ficam só a olhar a paisagem”, conta-nos Lina.

Também há muitos portugueses, sobretudo nos meses de Junho e Julho. Vêm normalmente da região de Lisboa e Linha de Sintra, por ser um destino próximo, mas muito diferente. O grande atractivo são as descidas no Zêzere até ao Castelo de Almourol, mas os caudais do rio são sempre uma incógnita e por vezes os planos têm que ser alterados em cima do joelho.

O parque está aberto todo o ano, mas no Inverno praticamente só tem clientes estrangeiros, sobretudo caravanas em trânsito. Lina revela que um dos objectivos futuros é criar um ambiente de Inverno na envolvente do bar, com aquecedores de rua e mantinhas, para tornar o parque mais atractivo também nesta estação.

Com o bichinho do negócio, Lina Ferreira sabe que há melhorias a fazer no espaço, mas quer avançar com calma e ponderação. Pelos projectos futuros passa a construção de bungalows, mas ainda é uma ideia a amadurecer. Entretanto foi criada uma zona de lavandaria, com máquinas que podem ser utilizadas por qualquer pessoa. Uma mais-valia para a vila, que teve algumas divergências com o executivo camarário no arranque. O parque tem lotação de 200 pessoas, fica cheio nos fins-de-semana, mas tem pouca gente durante a semana.

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