Cultura | 01-11-2020 07:00

Cegada recebe injecção financeira para evitar falência

Cegada recebe injecção financeira para evitar falência
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foto DR

Programa de Estabilização Económica e Social vai financiar a companhia teatral de Alverca com 60 mil euros, valor retroactivo aos primeiros meses deste ano, o que permitirá o retomar da programação artística já em Novembro.

O Ministério da Cultura cumpriu o compromisso assumido com a Câmara de Vila Franca de Xira e disponibilizou uma verba à companhia de teatro Cegada, de Alverca, que permitirá que esta não entre em falência. Não se trata, no entanto, de um novo apoio, mas sim das verbas que a companhia já deveria ter recebido no final do ano passado para pagar a programação de 2020.

A novidade foi avançada em comunicado no dia 21 de Outubro. O Programa de Estabilização Económica e Social do Governo resgatou o Cegada ao atribuir-lhe 35 por cento do apoio anual concedido ao Teatro Estúdio Ildefonso Valério (TEIV), ou seja, perto de 60 mil euros, a título retroactivo referente aos primeiros quatro meses do ano. A situação permite que a companhia retome a programação artística e reponha algumas das iniciativas que já tinha levado a palco.

Uma festa do cinema italiano e a peça “Casal Aberto”, do Nobel da Literatura Dario Fo, e sua esposa, Franca Rame, marcarão a reabertura do TEIV ao público. Segue-se a reposição da peça “Fronteira Fechada”, de Alves Redol, último texto do escritor neo-realista.

O director artístico do Cegada e programador do TEIV, Rui Dionísio, congratula o Ministério da Cultura por não ter deixado o assunto cair no esquecimento e já agradeceu o permanente apoio prestado pela Câmara de Vila Franca de Xira, na resposta fundamental que deu no apoio ao serviço público prestado pelo Cegada.

Foi através da prestação de serviços externos dos trabalhadores efectivos da companhia de teatro, juntamente com o apoio da câmara municipal, que se conseguiu financiar a gestão corrente e assim evitar, a todo o custo, o incumprimento financeiro. “Todos os envolvidos têm consciência que a não regularização de vencimentos, contribuições à Segurança Social e fornecedores, representaria a falência administrativa e que isso tornaria irreversível o fim da companhia Cegada”, lembra o responsável.

O Cegada, que já foi personalidade do ano de O MIRANTE em 2017 e é uma entidade de utilidade pública com mais de três décadas de trabalho cultural, mantém assim as portas abertas para o futuro.

“Importa dizer que este apoio, apesar de fundamental, é de apenas 35%, é de efeitos rectroactivos e só a programação já elaborada nos projectos que a Direcção-Geral das Artes tem em sua posse, no contexto do Programa de Apoio a Projectos para 2021, presentemente a decorrer, pode dar verdadeira resposta a uma actividade normalizada, tanto quanto possível, no próximo ano”, explica Rui Dionísio.

Recorde-se que já antes da pandemia o TEIV estava sem orçamento para acolher espectáculos, desde que o Cegada se deparou com a redução abrupta da totalidade do Apoio Sustentado Plurianual para o biénio 2020-2021. No ano anterior o Cegada promoveu 84 sessões públicas para 9.305 espectadores.

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