A Casa do Músico, da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA), em Alverca do Ribatejo, foi inaugurada depois de largos anos de negociações com os antigos proprietários do espaço. A concretização do equipamento foi possível com as verbas do orçamento participativo, que contemplou o projecto da colectividade, através do qual foi possível adquirir o imóvel que outrora pertencia a um antigo presidente da SFRA. A colectividade reconstruiu-o a partir do zero, transformando-o na primeira casa de alojamento local no concelho de Vila Franca de Xira destinada, principalmente, a músicos, mas “onde qualquer pessoa pode ficar”, garante a O MIRANTE João Paulo Silva, presidente da SFRA.
Aos 53 anos, João Paulo Silva assume a presidência da associação há 17 anos, e foi uma das peças-chave para colocar o projecto de pé. Ao fim de três candidaturas ao Projecto Orçamento Participativo, surgiu a resposta que pretendia dando início à compra e remodelação do espaço, que era dividido em várias parcelas e onde chegou a funcionar uma escola.
Luís Dias, 64 anos, é o vice-presidente da SFRA encarregue também da gestão da associação. Explica que o projecto foi desenhado por Fátima Rodrigues, arquitecta e membro da direcção SFRA, e que teve uma grande adesão por parte dos sócios da colectividade, que a têm ajudado a cimentar a sua posição no ramo da cultura no concelho de Vila Franca de Xira. No espaço foram criadas todas as valências para responder à procura de alojamento local e criadas condições para pessoas de mobilidade reduzida. “Queremos receber todas as pessoas em condições”, vinca.

Dinamizar o turismo através da música

Os dirigentes referem que o grande objectivo do projecto é dinamizar o turismo local através da música, ideia que foi partilhada nos discursos de Cláudio Lotra, presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, e de Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, durante a cerimónia de inauguração, que decorreu a 25 de Abril.
A direcção espera conseguir consolidar as contas da associação para avançar com mais projectos. “Durante muitos anos fomos dependentes de créditos bancários e de ajudas estatais. Levámos muito tempo a levantar as finanças da SFRA. Agradecemos a ajuda da autarquia, mas sabemos que se quisermos ir mais além temos de ser independentes e não esperar nada de ninguém”, refere João Paulo Silva.
Embora a associação conte com cerca de três mil sócios, os dirigentes querem que mais pessoas se juntem e ajudem a desenvolver o concelho. Para isso, afirmam, é necessário revitalizar algumas vertentes desportivas e culturais que tinham, como o cycling, o hip-hop, body combat, o zumba e a dança Jazz da FIT Dance.

Uma festa à altura da ocasião

Depois de descerrada a placa várias dezenas de pessoas celebraram o momento ao som da Banda Filarmónica da SFRA e dos Grupos ALBORCA e do Grupo de Cavaquinhos, ambos pertencentes à SFRA. Como forma de agradecimento aos presentes e aos seus associados por toda a ajuda prestada, o presidente decidiu fazer um lanche com porco no espeto e bebidas à discrição.