Medo de morrer levou Mário Cantiga a escrever livro sobre a vida

Autarca foi motivado a escrever pela pandemia e juntou prosa e poesia para ilustrar as suas vivências, inquietações e revoltas num livro publicado pela associação de cultura Palavra Cantada e apresentado no último fim-de-semana em Alhandra.
A vida é uma corrida e por isso não vale a pena correr. A convicção é de Mário Cantiga, presidente da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz que apresentou no domingo, 13 de Novembro, o seu primeiro livro.
“Pedaços Meus” é um conjunto de 92 histórias em poesia e prosa em estilo autobiográfico que retratam as vivências, revoltas e inquietações de Mário Cantiga quando confrontado com a possibilidade de desaparecer. “Não me considero poeta, apenas quis escrever o que me ia na alma”, conta a O MIRANTE à margem da apresentação da obra que encheu a galeria Augusto Bértholo.
“Tenho um grande gosto de viver e com a pandemia tive medo de desaparecer. Foi aí que tive um impulso e comecei a escrever desenfreadamente. Nunca tinha pensado escrever um livro”, confessa.
A obra fala de toda a vida de Mário Cantiga o técnico de electrónica e automação industrial da Central de Cervejas, desde o berço, às raízes, a vila de Alhandra e a guerra na Ucrânia. Também a sua passagem pelo Partido Comunista Português está presente nas entrelinhas do livro. “O PCP está lá de uma forma ou outra porque também fez parte da minha vida”, refere. O autarca, eleito nas últimas eleições pelo PS, admite que ter sido presidente de junta nos últimos nove anos lhe deu conhecimentos que de outra forma não teria mas lembra que o livro é sobre a sua pessoa e não sobre o percurso enquanto autarca.
* Notícia desenvolvida na edição impressa de O MIRANTE