Cultura | 23-01-2023 21:00

Tagus quer revitalizar artes e ofícios tradicionais do Ribatejo norte

Associação do Ribatejo Interior vai dinamizar um projecto para identificar, proteger e valorizar as artes e ofícios tradicionais dos municípios de Abrantes, Constância e Sardoal.

Identificar, proteger e valorizar as artes e ofícios tradicionais dos municípios de Abrantes, Constância e Sardoal é o objectivo da Tagus - Associação do Ribatejo Interior, que apresentou na sexta-feira, 13 de Janeiro, o resultado do levantamento histórico efectuado pelo antropólogo Paulo Lima. “O trabalho de recolha do antropólogo Paulo Lima é, sobretudo, um trabalho técnico de uma pessoa experiente nesta área do levantamento e do reconhecimento da importância que as artes e ofícios têm no território pela sua experiência a nível nacional, mas focada aqui no território do Ribatejo interior, nos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal”, disse à Lusa Conceição Pereira, técnica coordenadora da Tagus, depois da apresentação pública do levantamento efectuado e que decorreu em Sardoal.
Este levantamento é o primeiro trabalho onde assentará um conjunto de acções no âmbito do projecto global que tem por objectivo “valorizar as artes e ofícios tradicionais do Ribatejo interior, enquanto elementos diferenciadores deste território, que contribuem para o aumento da sua competitividade territorial, dinamização turística, cultural e económica”, bem como “adaptar as artes e ofícios às tendências actuais de mercado e a novas áreas de expressão, criação cultural e artística” na região, realçou a responsável.
A responsável deu conta de algumas das leituras que o levantamento permite descortinar, “como o artesanato descontinuado, o que está vivo e o que surge como inovador”, além de ter permitido identificar os vários artífices que trabalham no território e sobre os quais vão recair as próximas fases, ao nível da capacitação e formação, entre outros. “Há, efectivamente, artesanato que está descontinuado e que é necessário valorizar, se possível revitalizar, e temos o bom exemplo do que tem a ver com as redes de pesca em Constância, e outros que, estando ainda vivos, importa melhorar ou reinventar, como as malas de folha de Flandres de Sardoal, ou o caso da Sifameca nas Mouriscas (Abrantes), com as ceiras e capachos ligados aos lagares”, exemplificou.
Paulo Lima, o antropólogo responsável pelo levantamento dos artesãos em actividade, comparou a actividade existente nos anos 70 com a dos dias de hoje, dando conta de existir “uma diferença brutal”, onde “há muitas artes e ofícios que desapareceram, mas por outro lado”, notou, este levantamento também permite perceber a diversidade existente e o que poderá ser, no futuro ou no presente. Por outro lado, relevou o facto de as artes e ofícios tradicionais “continuarem a desenvolverem-se, articulando-se com novas linguagens, novos equipamentos e procurando mercados, com artesãos que se estão também a configurar para o presente e para o futuro”.
Para o investigador, este levantamento “mostra que existe uma actividade em constante reflexão e em constante renovação, com preocupações ambientais e de sustentabilidade”, tendo elogiado um projecto que “pode ser uma enorme mais-valia identitária para o território”. Os passos seguintes passam por um concurso de ideias, pela criação de oficinas de formação e capacitação de artesãos, de oficinas criativas – do artesanato tradicional à inovação, pela criação de um percurso turístico integrado de artes e ofícios do Ribatejo Interior e experiências imersivas, culminando na promoção e divulgação do projecto e envolvimento da comunidade.

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