Sociedade Instrução Coruchense é uma referência no ensino da música
A Sociedade Instrução Coruchense quer valorizar o seu papel no ensino da música e levar a banda filarmónica mais longe. A colectividade candidatou-se ao apoio da Direcção-Geral das Artes, para melhorar a sede e tem novo fardamento a caminho.
A Sociedade Instrução Coruchense (SIC), que se dedica ao ensino da música, apresentou uma candidatura à linha de financiamento da Direcção-Geral das Artes (DGArtes) dirigida às entidades culturais não profissionais da região de Lisboa e Vale do Tejo. O apoio monetário pode ir até aos cinco mil euros. A SIC está confiante na aprovação da candidatura tendo em conta a sua programação anual.
A colectividade tem actividades que envolvem a comunidade e outras instituições locais. Para 2023 estão ainda previstas masterclasses de música e a apresentação do segundo álbum da banda filarmónica, em Maio. Para o professor da escola de música da SIC, Luís Estudante, a qualidade dos seus alunos é indiscutível. Apesar de só haver aulas ao sábado, a maior parte do trabalho é feita em casa com empenho e dedicação. Da SIC já saíram muitos músicos profissionais. Recentemente um aluno foi para a Academia Nacional Superior de Orquestra e uma aluna foi estudar para a Escola de Música de Castelo Branco.
Músico profissional, Luís Estudante entrou para a SIC em 2007 e foi na colectividade que fez todo o seu percurso até seguir para a Escola Superior de Música de Castelo Branco. “É raro o dia em que não venho à banda. É aqui o meu porto de abrigo e onde passo muitas horas fechado. É como uma relação amorosa, com altos e baixos”, confessa a O MIRANTE. Da escola de música saem os alunos para integrarem a banda filarmónica principal. Luís Estudante admite que ainda há quem pense que é “foleiro” entrar para a banda. Ideias que são desmistificadas pelos próprios alunos e pelo público que assiste aos concertos. “Nas festas mudamos os repertórios. Por exemplo, no ano passado fizemos um tributo aos anos 80 e a malta delirou. As pessoas ficaram estupefactas da banda ser de Coruche”, conta orgulhoso.
Câmara atribuiu verba para fardamento
Recentemente a banda filarmónica recebeu uma boa notícia: a Câmara de Coruche atribuiu um subsídio de 11 mil euros para a compra de novas fardas. As medidas já foram tiradas aos 30 elementos que compõem a banda e dentro de dois meses o fardamento deve estar pronto a usar.
Carlos Silva é maestro da banda há 15 anos. O também trompetista da Banda Sinfónica da GNR conta que a qualidade das bandas filarmónicas e o próprio método de ensino evoluiu. Todos os professores têm formação superior a nível musical. A filarmónica da SIC já fez música para filmes, espectáculos de ballet e obras originais. É ainda presença assídua nas Festas de Coruche, Sabores do Toiro Bravo, acompanha procissões e corridas de toiros. Para dia 16 de Abril está agendado o seu concerto de aniversário.
Direcção quer obras na sede
Alexandre Coelho é presidente da SIC desde 2014, altura em que se reformou da inspecção de pescas. Conta ao nosso jornal que tem como objectivo a melhoria das instalações da sede, para proporcionar melhores condições de ensino da música. A SIC nunca parou a sua actividade desde que foi fundada em 1896. “O nosso papel é dar oportunidade aos jovens para estudar música. No futuro gostava de continuar a ver a SIC viva e que a banda se pudesse apresentar em Coruche numa sala condigna para o trabalho que desenvolve”, diz o presidente da direcção, reeleito em Fevereiro.
Com um orçamento anual entre os 20 e 25 mil euros, a colectividade vive sobretudo dos subsídios atribuídos pela Câmara de Coruche. A SIC vive ainda das receitas dos serviços prestados pela banda ao longo do ano. A escola de música é gratuita e a manutenção dos instrumentos musicais é feita pela própria colectividade.