Cultura | 22-03-2023 12:00

Cegada estreia no Dia Mundial do Teatro peça sobre os caprichos do poder político

Cegada estreia no Dia Mundial do Teatro peça sobre os caprichos do poder político
Equipa da companhia de teatro Cegada de Alverca apresenta uma peça sobre o confronto dos cidadãos com o limite do seu poder político - foto Cegada

Peça “Num País onde não querem defender os meus direitos eu não quero viver” estreia a 27 de Março e vai ficar em cena até 2 de Abril no Teatro Estúdio Ildefonso Valério.

A burocracia do Estado e os caprichos da elite aristocrática que controla os poderes jurídico e executivo são o cerne da peça de teatro que a Companhia Cegada, de Alverca, vai estrear no dia 27 de Março, Dia Mundial do Teatro, no Teatro Estúdio Ildefonso Valério.

A peça “Num País onde não querem defender os meus direitos eu não quero viver” vai estar em cena até 2 de Abril e deverá depois seguir para circulação nacional. Tem encenação de Rui Dionísio, director artístico do Cegada e dramaturgia de Marta Dias com interpretação de Ana Lúcia Magalhães, Eduarda Oliveira, Rui Dionísio e Vladimiro Cruz. Pode ser vista sextas e sábados às 21h00 e domingos às 16h00.

É uma peça baseada na narrativa do romântico alemão Heinrich Kleist a partir do legado deixado pelo fundador do Teatro da Cornucópia e dos Artistas Unidos. Foi adaptada por Rui Dionísio para quatro actores a partir da versão cénica de Jorge Silva Melo, estreada no Espaço Ginjal em 1997. Conta a história de Michael Kohlhaas, cidadão exemplar cuja probidade se transforma em rebelião e crime, percorrendo um trilho heróico que o coloca inter pares com Antígona, Édipo, Hamlet ou Fausto. Perante a injustiça, a humilhação e a destituição a que é sujeito, o negociante de cavalos dispõe-se a sacrificar tudo o que tem, incluindo a sua vida, pela restituição da ordem inicial: que os seus dois cavalos sejam devolvidos com saúde e que o seu criado seja indemnizado pelas agressões de que foi alvo.

Segundo a companhia, a peça assenta “no trágico confronto do cidadão com os limites do seu poder político” num momento em que a própria companhia Cegada, recorde-se, na sua condição de Entidade de Utilidade Pública gestora de um equipamento cultual público, se viu obrigada interpor em tribunal uma providência cautelar conjunta com outras estruturas teatrais nacionais, devido à forma como decorreu o programa de apoio sustentado 2023-2026 da Direcção-Geral das Artes e Ministério da Cultura.

As compahias de teatro, onde se inclui o Cegada, consideram ter sido violados princípios legais no concurso de estabilidade e imparcialidade, como O MIRANTE já noticiou.

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