Semana Santa no Sardoal é altura de encontros entre família e amigos
Tradicional visita às capelas e igrejas do Sardoal marca o início das festividades da Semana Santa no concelho. Até Domingo de Páscoa as igrejas e capelas do concelho estiveram decoradas com tapetes feitos de pétalas de flores e verduras naturais, com desenhos alusivos à época.
Leonor Borges, 18 anos, acompanha a família desde que se lembra para participar na Semana Santa do concelho do Sardoal. Acompanhava a mãe, Ana Borges, até à Igreja da Misericórdia, onde montavam o tapete florido. No dia da reportagem de O MITANTE, sentada a seu lado estava a avó materna, Elvira Lopes, que, aos 81 anos, ainda faz questão de acompanhar a filha e a neta para manter viva a tradição. A idade já não lhe permite dobrar-se como antigamente, mas ainda consegue ajudar a colocar algumas pétalas de flores no desenho elaborado pela filha Ana com a ajuda de Leonor. O momento serviu também para ir contando as histórias de quando era criança e ajudava a sua mãe nesta tradição que se perde no tempo.
No dia da visita às capelas e igrejas com tapetes floridos na vila do Sardoal, na tarde de quinta-feira, 6 de Abril, que marcou o início da Semana Santa, estavam as três gerações da família sentadas junto ao tapete que fizeram. Os visitantes chegaram e observaram o tapete quadrado feito em tons verde e roxo de onde se destaca uma cruz e uma pomba branca. Ana Borges contou a O MIRANTE que começou a fazer tapetes floridos em criança na igreja da Misericórdia com a sua mãe e tia. Aos 14 anos criou o desenho do primeiro tapete florido. Quando casou passou a ir com o marido, o presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges, e os filhos. Aos 18 anos Leonor Borges já consegue fazer um tapete florido sozinha. “Um dia que tenha filhos vou querer passar-lhes esta tradição que é muito importante para a comunidade do Sardoal. É o momento alto da Semana Santa”, afirma.
A visita pelas capelas começou na igreja matriz, a única que não tem tapete florido uma vez que é o local onde se celebram as missas. O presidente da Câmara do Sardoal liderou a comitiva que visitou as capelas e não escondeu a alegria do momento. Miguel Borges considera que este é um momento de magia e introspecção em torno da fé, mas também do património material e imaterial do concelho do Sardoal. “Só quem assiste, vive e sente a Semana Santa do Sardoal entende a beleza e a importância que tem para a nossa população”, afirma a O MIRANTE minutos antes de iniciar o percurso pelas ruas da vila.
No total são 18 capelas e igrejas enfeitadas por todo o concelho. Os tapetes são feitos por grupos de cidadãos e também de colectividades. Este é também um momento de reencontros de família e amigos que nesta altura regressam à terra onde nasceram.