Cultura | 26-04-2023 21:00

Ingleses em Benavente para tocarem em festival da Filarmónica de Santo Estêvão

Ingleses em Benavente para tocarem em festival da Filarmónica de Santo Estêvão
A amizade entre o maestro João Raquel e o músico Alexandre Pombo possibilitou a vinda da banda inglesa a Benavente

Uma amizade de longa data facilitou a realização do primeiro encontro internacional de bandas organizado pela Sociedade Filarmónica de Santo Estêvão.

A banda inglesa Epsom and Ewell Silver Band foi actuar ao Cineteatro de Benavente pela mão de um emigrante que ingressou na formação inglesa.

O cineteatro de Benavente foi palco do primeiro encontro internacional de bandas organizado pela Sociedade Filarmónica de Santo Estêvão (SFSE), que contou com a presença da banda inglesa Epsom and Ewell Silver Band (Brass Band). Os convidados actuaram na noite de 14 de Abril entre as actuações da Sociedade União Musical Alenquerense e da banda da casa que estreou a peça “Amistad Overture” do compositor Marco Lourenço, que assistiu aos concertos na plateia. Também António Silva, compositor com apenas 17 anos, esteve presente para ouvir a interpretação da sua peça “Tourada à Portuguesa” tocada pela primeira vez nessa noite.
O maestro João Raquel dirige as duas bandas portuguesas naquilo que classifica como dois projectos musicais distintos. Ambas as bandas filarmónicas tocam com a prata da casa e poucos são os músicos convidados. Mas ao nível técnico são projectos diferentes. A oportunidade da banda inglesa tocar em Benavente surgiu pela mão do músico Alexandre Pombo, natural de Vale do Paraíso, Azambuja. O amigo de longa data do maestro João Raquel emigrou para Inglaterra e ingressou na Epsom and Ewell Silver Band e por isso decidiu trazer os músicos a Portugal.
A banda inglesa é composta apenas por instrumentos de sopro de metal e alguma percussão. É uma banda do campeonato da primeira divisão de Inglaterra, em que as bandas filarmónicas competem em três ligas profissionais. “Os nossos músicos mais novos têm possibilidade de contactar com outra realidade. Vêem instrumentos que já caíram em desuso em Portugal, mas que lá fora continuam a ser utilizados. Contactam com outra língua, o que é bom porque muitos miúdos nunca saíram de Benavente”, diz João Raquel a O MIRANTE.

Cristina Domingos regressou à Sociedade Filarmónica de Santo Estêvão mais de três décadas depois. António Silva está na colectividade há 49 anos

Voltar à banda e fazer parte da colectividade há quase meio século

A paixão pela Filarmónica de Santo Estêvão levou Cristina Domingos, 52 anos, a regressar à banda 36 anos depois. Ingressou no grupo musical com sete anos por tradição, uma vez que o pai, tio e avô eram músicos. Com 16 anos saiu da filarmónica e seguiu a sua vida até que a convidaram para ser tesoureira. Para além de dirigente já começou a ensaiar para poder ingressar na banda principal, que tem vindo a adaptar o seu repertório às mudanças sociais.
Os concertos já não se fazem só de música popular. “O paradigma de ser músico mudou. Antigamente ingressava-se na banda porque não havia mais nada. Hoje temos de competir com muita coisa. Por isso tornamos isto numa experiência motivadora para os jovens, senão não funciona”, explica o presidente da filarmónica, António Silva. Na banda desde que foi fundada, há 49 anos, o dirigente revela que já está a ser delineado o programa para a comemoração de meio século. Para Setembro está marcado o primeiro encontro nacional de bandas juvenis, em Santo Estêvão, e que vai ter uma banda e um coro de Valência, Espanha.

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