“Este foi o ano em que se apanhou menos lampreia porque foram comidas por espécies invasoras como os siluros”
Lamento foi deixado por professor e investigador da Escola Superior Agrária de Santarém na manhã desta sexta-feira, 26 de Maio, na apresentação do “Aire e Candeeiros Culinary Center” que decorreu nos Olhos d'Água, em Alcanena.
“Este foi o ano em que se apanhou menos lampreia nos rios e abrimos alguns siluros e encontramos lampreias no seus estômagos. Esta espécie predadora, que foi introduzida nos rios portugueses, tem prejudicado muito os nossos peixes”. O lamento foi deixado pelo professor de Biologia da Escola Superior Agrária de Santarém, João Gago, durante uma mesa redonda em que também foi apresentado publicamente o projecto “Aire e Candeeiros Culinary Center”. A iniciativa decorreu durante a manhã desta sexta-feira, 26 de Maio, na praia fluvial dos Olhos d'Água, integrada na Alcanena Green Week.
João Gago sublinhou que a presença de alguns peixes exóticos no rio Tejo, por exemplo, conduz a alterações nos ecossistemas com custos económicos para a sociedade. Estes peixes, que são provenientes doutras regiões ou países e foram introduzidos pelo Homem, são predadores das 45 espécies nativas que existem no rio. “Está provado que a proliferação dos peixes exóticos, nomeadamente o peixe-gato (siluro), carpa ou alburno levam à perda da qualidade da água implicando maiores custos de tratamento e podem transportar doenças ou parasitas transmissíveis ao ser humano”, reforçou.
O chef Rodrigo Castelo é o consultor e curador deste projecto e não escondeu a emoção por participar numa iniciativa que faz manter a sua paixão pela cozinha e pelos peixes. O Aire e Candeeiros Culinary Center vai nascer junto à nascente do rio Alviela nos Olhos de Águas e vai ter viveiros de espécies que estão em vias de extinção e que depois vão servir para repovoar.
* NOTÍCIA COMPLETA NA EDIÇÃO SEMANAL DE O MIRANTE DE 1 DE JUNHO.