Escultura para homenagear trabalhadores rurais no Largo do Rossio em Azambuja
Obra impõe-se no coração da vila de Azambuja para homenagear aqueles que no século passado se juntavam naquela praça à espera que alguém os chamasse para trabalhar nos campos da lezíria.
O Largo do Rossio, no centro da vila de Azambuja, tem desde 13 de Maio uma escultura com mais de dois metros de altura de homenagem aos homens que em meados do século XX se concentravam naquela zona, conhecida como a Praça da Jorna, em busca de trabalho nos campos da lezíria ribatejana. A peça escultórica, da autoria do artista plástico Pedro Marques, custou 4.905 euros suportados em partes iguais pela Junta de Azambuja, autarquia da qual partiu a iniciativa e pela Câmara de Azambuja.
A cerimónia inaugural contou com a presença do presidente do município, Silvino Lúcio, do presidente da Junta de Azambuja, André Salema, e dos cidadãos Firmino Amendoeira e Maria do Carmo Dias, que presenciaram na sua infância e juventude, naquela praça, os ajuntamentos de pessoas que esperavam ser escolhidas para trabalhar. Esteve ainda presente Américo Brás Carlos, escritor natural do concelho de Azambuja e autor do livro “A greve camponesa de 8 de Maio de 1944 em Azambuja e no Baixo Ribatejo”, uma data que esta peça escultórica pretende também assinalar, como forma de tributo aos sete trabalhadores rurais de Azambuja presos nessa data por terem feito greve, reclamando melhorias salariais.
A cerimónia de inauguração abriu com um momento cultural de recriação histórica da tradicional Praça da Jorna, pela Associação Terra Velhinha, grupo azambujense que se tem dedicado à pesquisa e salvaguarda do património etnográfico e sócio-cultural do concelho.