Cultura | 12-06-2023 18:00

Associação de Festas de Santo António vai encher a zona alta de Torres Novas de cor e alegria

Associação de Festas de Santo António vai encher a zona alta de Torres Novas de cor e alegria
Preparação das festas faz-se com meses de antecedência e junta várias gerações

As Festas de Santo António regressam em força a Torres Novas para assinalar o seu centenário. Com muito amor e carolice à mistura, um pequeno grupo trabalha há meses para que a festa não acabe e se faça com todo o seu esplendor.

Na capela do Convento de Santo António, em Torres Novas, já se sente o entusiasmo enquanto se ultimam os preparativos para as celebrações que se vão estender ao longo de cinco dias. Ensaiam-se as marchas e fazem-se os últimos arcos que vão preencher a Avenida Dr. Sá Carneiro com cor, movimento e alegria. Este ano são esperados mais de três centenas de marchantes das escolas e instituições de solidariedade social da cidade além, claro, dos anfitriões: a Associação de Festas de Santo António, que tem dedicado os últimos três meses à preparação do certame onde não vão faltar os bailaricos, as marchas e as sardinhas a assar nas brasas.
“Esta festa traz muita emoção ao de cima”, diz Suzana Bué, presidente da assembleia-geral da associação. “Costumamos dizer que traz amores e programa desamores porque são dias muito alegres e intensos”, mas que também exigem “muito sacrifício” para quem está ligado à organização. E a verdade é que são cada vez menos aqueles que se disponibilizam para ajudar a que o arraial se faça. “Antigamente ir aos serões de sexta-feira”, onde se ensaiam as marchas e se fazem manualmente os ornamentos, “era uma desculpa para sair de casa”, conta Suzana que começou a ajudar nas festas aos 12 anos e que conta agora com o apoio das duas filhas e do filho.
A filha, Mariana Bué, é um dos elementos da comissão que tirou férias para se poder dedicar a 100% à organização das celebrações de Santo António. “Isto diz-nos muito porque vimos para cá desde muito pequeninos. Em Janeiro já estávamos em pulgas para que chegassem as festas para podermos marchar pelas ruas e cantar o mais alto que conseguíssemos”, conta sentada num dos bancos da capela, onde, nesses tempos de meninice, se deitava para dormir enquanto o baile continuava do lado de fora.
Com a cidade em festa de 9 a 13 de Junho quase se esquece o difícil que foi para a comissão de festas desta associação, com 75 sócios, conseguir organizá-la. Isto porque, explica o juiz Paulo Moura, “tem sido cada vez mais difícil arranjar pessoas” voluntárias para participarem nos preparativos e, também, para ajudar nos dias de festa. “Já nem me lembro de conseguir ir ver as marchas porque estou sempre ocupada com alguma coisa”, atira a sua esposa e secretária da associação, Paula Moura. Atrás, a filha e tesoureira, Raquel Moura, diz em tom alegre que gosta de “sentir a adrenalina” e de ajudar no que é preciso. “Conseguimos perto de 100 patrocínios, com muito esforço”, atira orgulhosa.

Dos mais velhos aos mais novos, todos são fundamentais
Nesta associação todos são ou se tratam como se fossem família. Motivam-se uns aos outros, trocam argumentos para que não se pense em desistir da festa e, com “muito amor e dedicação”, passam todos os ensinamentos às gerações mais novas. “Tudo é feito com muito sacrifício pessoal de quem aqui está para a festa ir para a frente. Está-nos no sangue”, diz Suzana Bué. Não é igualmente raro ver crianças de dois e três anos a aprender a cantar as letras das músicas das marchas, outras mais velhas a fazer as coloridas flores de papel e a aprender a atar os andores dos santos para a procissão que acontece dia 12 de Junho após a missa em honra de Santo António (19h00).
Este ano sairão apenas quatro santos na procissão. Não por falta de andores ou de ombros que os carreguem, mas por alguns se “estarem a deteriorar”, alerta Mariana Bué. Ao longo dos anos de festa as receitas têm revertido a favor da capela, propriedade da Santa Casa da Misericórdia, e servido para restaurar o que é preciso, desde bancos, a santos ou painéis de azulejos. Mais recentemente a associação, oficialmente constituída em 2012, tem repartido o lucro para poder adquirir material que faz falta para o certame como loiças, mesas e cadeiras.
A festa já não se realizava nos moldes habituais há três anos por causa da pandemia. Adiou-se o seu centenário, em 2020, para que este ano pudesse ser assinalado em pleno e com algumas novidades. Além do palco principal vai haver no recinto das festas, junto à capela, um palco secundário dedicado à juventude. RH+, Trio d’Ataque, Banda T e Sílvia Alcobia são algumas das atracções musicais.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1686
    16-10-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1686
    16-10-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo