Feira da Época em Torres Novas é referência nas recriações históricas
Feira da Época retratou momentos da época medieval no centro histórico de Torres Novas, com o tema “Feminina Mundi: As Irmãs Sigeas”. O certame recebeu milhares de visitantes num clima onde reinou a música, dança, gastronomia, entre outras.
A edição anual da Feira da Época realizou-se de 1 a 4 de Junho no centro histórico de Torres Novas com o tema “Feminina Mundi: As Irmãs Sigeas”. Com a adesão de milhares de visitantes, o certame recordou a época medieval vivida em Torres Novas através de encenações, gastronomia, sons, danças, roupas e diversões da época. A feira, que é considerada uma das melhores da Península Ibérica no que diz respeito a recriações históricas, contou com várias atracções, nomeadamente os espaços do Lugar do Petiz e o Jardim dos Bonecos, o Acampamento Militar e a Vida Quotidiana, onde o visitante conviveu com a modéstia do povo medieval nos seus ofícios e lavouras do dia-a-dia.
As encenações da época medieval, como o Auto da Feira, A Princesa é Minha, A Fénix Renascida, entre outros, marcaram os momentos altos da feira. O grupo da Oficina do Velho Ofício, de Santa Maria da Feira, fundado em 2011 por Edgar Silva, faz recriações históricas de Portugal através de cenários e cenografia e foi um dos grupos com quem O MIRANTE conversou. Juntamente com o Teatro Meia Via, encenaram o Auto da Feira, um texto de Gil Vicente, apresentado pela primeira vez à Corte de D. João III. O espectáculo representa a crítica que Gil Vicente fez há 500 anos, sobre o lado materialista dos humanos e, principalmente, da igreja que trocou a pureza e a cristandade pela ostentação. “A peça fala muito sobre esse aspecto materialista e espiritualista daquilo que é a igreja ou que deveria ser”, afirma João Vieira Fino, pintor, encenador e membro do grupo Oficina do Velho Ofício. A encenação exigiu bastante esforço e dedicação do grupo para aprenderem e representarem o texto em português arcaico em cerca de três semanas.