Cultura | 16-06-2023 21:00

Histórias de mulheres na Biblioteca da Póvoa de Santa Iria

Histórias de mulheres na Biblioteca da Póvoa de Santa Iria
Ana Cristina Pereira falou sobre as vivências da mulher nos últimos 50 anos

“Mulheres da minha ilha, mulheres do meu país” foi o livro apresentado na biblioteca municipal da Póvoa de Santa Iria. A plateia identificou-se com histórias retratadas na obra de Ana Cristina Pereira.

A repórter e escritora Ana Cristina Pereira apresentou na Biblioteca Municipal da Póvoa de Santa Iria a sua obra mais recente, “Mulheres da minha ilha, mulheres do meu país”. Ao falar sobre o livro, a autora mergulhou nas histórias de mulheres, ligadas ao arquipélago da Madeira, revelando as diferentes experiências, desafios e conquistas ao longo do tempo. As mulheres deste livro nasceram num intervalo de 50 anos. Entre a mais velha e a mais jovem há um mundo de diferenças: o país mudou, as perspectivas e liberdades expandiram-se e, com elas, vieram novas possibilidades e novos obstáculos. “Leio o país a partir de um território e faço ligações para que uma mulher que viva no concelho de Vila Franca de Xira se identifique”, disse a escritora a O MIRANTE.
Na plateia, as mulheres identificaram-se com os testemunhos relatados no livro. Foi o caso da presidente da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Ana Cristina Pereira, curiosamente com o mesmo nome da autora. “Em 1990 fui a primeira mulher da minha família a ter um curso superior. O meu pai tinha a quarta classe e a minha mãe a terceira. Na faculdade ainda se ouviam conversas sobre o que estávamos ali a fazer, se procurávamos marido. Vivi o Portugal com preconceitos mas a educação foi fundamental para o salto. Mas ainda há muito por fazer”, revelou a autarca.
Cada capítulo revela fragmentos de vidas vividas com força, resiliência e determinação. Persiste um grande mito em relação à história das mulheres, de que não trabalhavam. Em casa, as mulheres cozinhavam, lavavam roupa, tratavam dos filhos e faziam trabalho agrícola. Mas só o trabalho assalariado é que era considerado trabalho. “A ideia de que as mulheres não trabalhavam e que só o começaram a fazer há pouco tempo é completamente falsa. O que aumentou nos últimos tempos foi o trabalho assalariado, formal, e com direitos”, diz a escritora.

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