Ricardo Cabaça: “Fala-se tanto dos subsídio-dependentes mas sem apoio não podíamos ter teatro a dez euros”.
Jornada teatral de Ricardo Cabaça começou na faculdade e continua através de projectos e parcerias com várias companhias e actores. Aos 46 anos o dramaturgo vive na Calhandriz e apaixonou-se pelo concelho de Vila Franca de Xira. Defende um teatro municipal que sirva a comunidade e que poderia nascer no lugar do degradado Salvador Marques, em Alhandra.
No dinâmico mundo do teatro, onde as histórias ganham vida nos palcos, o dramaturgo Ricardo Cabaça tem se destacado pela colaboração com diversas companhias a nível nacional e no Brasil.
Natural de Lisboa, vive há três anos na Calhandriz, e não tinha ligação ao concelho de Vila Franca de Xira excepto ao grupo de teatro Inestética, do Sobralinho, com quem trabalha regularmente. Confessa que se apaixonou pela zona e por isso quer participar activamente na comunidade. Colaborou com o extinto grupo de teatro Casulo, associado ao Grémio Dramático Povoense, e em 2021 escreveu e filmou a série para a RTP2 “Regresso a Ítaca” baseada na odisseia de Homero mas actualizada no espaço, tempo e narrativa, e que foi filmada integralmente em Vila Franca de Xira. Trabalha com o Cegada, grupo de teatro de Alverca, e o ano passado levou a cena “um país inventado” no Museu do Neorealismo. Para o dramaturgo existe no concelho potencial para se fazer mais e diferente para não estar apenas conotado com a tauromaquia. As estruturas de teatro não podem depender só da Câmara municipal, reitera, mas sim ser um trabalho conjunto. Ainda assim é muito difícil uma companhia sobreviver sem apoios públicos, diz mesmo que é impossível. “Apresentar um espectáculo sem apoio é viver na precaridade. Ser pago à bilheteira é francamente insuficiente para custear um projecto. Fala-se tanto dos subsídio-dependentes mas sem apoio não podíamos ter teatro a dez euros”.
*Uma entrevista para ler na íntegra numa edição impressa de O MIRANTE