Cultura | 19-06-2023 10:00

Beleza e arte no desfile dos alunos da Ginestal Machado em Santarém

Beleza e arte no desfile dos alunos da Ginestal Machado em Santarém
Desfile dos alunos da Ginestal Machado encheu o Convento de São Francisco. Na foto em cima um dos trabalhos dos alunos em exposição construído com recortes de O MIRANTE

Os alunos do 12º ano de Artes Visuais da Escola Ginestal Machado, em Santarém, desenharam e produziram as suas próprias peças roupas, num trabalho de vários meses que culminou com um desfile que atraiu mais de uma centena de pessoas ao Convento de São Francisco.

Os finalistas do curso de Artes Visuais da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado, em Santarém, desfilaram e mostraram as suas produções a mais de uma centena de pessoas no Convento de São Francisco. As peças de roupa foram desenhadas e elaboradas na disciplina de Oficina de Artes e pensadas do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, numa actividade inserida no Plano Nacional das Artes.
Janina Silva, 52 anos, foi a professora responsável por coordenar o projecto que começou no início do ano lectivo, com seis horas semanais de aulas práticas e muito trabalho de casa. Segundo a docente, o objectivo do desfile final foi tirar os alunos da escola e da sua zona de conforto para poderem sentir “o brilho do público e da família a aplaudir”. “A responsabilidade é diferente porque temos um público a observar. É uma porta aberta para o futuro deles”, afirma a O MIRANTE, explicando que no ano lectivo anterior houve cinco alunos a seguir estudos na área da moda. Os alunos inspiraram-se em trabalhos de estilistas desde a década de 1920 até à actualidade; alguns fizeram os fatos e acessórios dos colegas e muitos coseram à mão por não haver máquinas de costura para todos. Janina Silva incentivou à reutilização e reciclagem de materiais como o tecido e o plástico e diz que a sua paixão é ver os seus alunos felizes.

Um futuro promissor
Raquel Gorjão, de 17 anos, é estudante do 11º ano na Escola Secundária Dr. Ginestal Machado e modelo agenciada. Participou no desfile escolar de vestido vermelho, curto, com renda e decote caicai, desenhado pela colega Maria Inácio. Raquel aproveitou a sua experiência para dar apontamentos sobre o penteado que ia usar, maquilhagem e dinâmica do desfile, mas só viu o vestido quando já estava quase finalizado, tendo superado as suas expectativas. Desde cedo que se interessou pela moda, manequins, designers e colecções, sem qualquer influência familiar, e quanto mais conhecia a indústria mais se apaixonava. No dia-a-dia gosta de andar vestida de forma simples, mas arranjada, e não descarta a maquilhagem.
A jovem foi descoberta na altura da pandemia, em 2020, e admite que isso lhe levantou a auto-estima, numa altura em que perdeu a confiança em si. Começou a ser chamada para revistas e projectos de e-commerce e em Março deste ano desfilou na ModaLisboa, cruzando-se com Luís Borges e a escalabitana Joana Duarte, designer de moda, entre outras caras conhecidas da indústria. Além de se dar a conhecer no evento mais importante de moda em Portugal, fez parte da campanha publicitária online e esteve nos outdoors espalhados pela capital. Raquel Gorjão ambiciona seguir a moda profissionalmente, mas tem dúvidas sobre um futuro em Portugal. A sua segunda opção é a Arquitectura.

“Queremos visitar Santarém e nem sempre as portas estão abertas”

Janina Silva, natural de Pombal, está há dois anos no agrupamento e confessa que pretende continuar na “cidade mais gótica e emblemática do país”. Descreve-se como uma professora dinâmica e com muita energia, mas nem sempre a cidade responde da mesma forma, ainda que parte da Geometria que lecciona se encontre nos monumentos da Capital do Gótico. “Quando queremos visitar Santarém as portas nem sempre estão abertas. A cidade mais bela do país morre no edifício e na visão”, afirma, acrescentando que Santarém podia estar mais evoluída se houvesse dinamização e uma aposta no turismo.

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