Futuro da vila de Marinhais depende da vontade da sua juventude em trabalhar para a comunidade
As Festas em Honra de São Miguel Arcanjo 2023, em Marinhais, foram organizadas por três dezenas de jovens.
A vontade de fazerem mais pela vila do concelho de Salvaterra de Magos tem proporcionado vários projectos que pretendem colocar a terra no mapa e dinamizar a população.
Danilo Santos e Ricardo Pilré são amigos, colegas de trabalho e estiveram à frente da Comissão de Festas 2023 em Honra de São Miguel Arcanjo, em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos. Ambos trabalham em Marinhais e defendem que há futuro na vila, basta que para isso os jovens tenham força de vontade e queiram ficar. O exemplo que dão é o da comissão de festas, constituída por 34 jovens dos 25 aos 30 anos, que durante um mês e meio, e um pouco ao longo do ano, trabalharam para proporcionar à população momentos de alegria e entretenimento. O MIRANTE conversou com o juiz e vice-juiz do certame, ambos com 28 anos, poucas horas antes da festa começar.
Danilo Santos explica que integrou a Comissão de Festas de 2017 com Ricardo Pilré e que o facto de ter sido uma experiência enriquecedora os fez querer voltar a pertencer à organização da maior festa da vila. A responsabilidade aumentou quando souberam que iam liderar a equipa. “Quando estamos numa comissão olhamos para a festa de maneira diferente porque requer responsabilidade. Não podemos vir com o intuito de apenas gozar a festa, fazemo-la para os outros se divertirem”, confessa Danilo Santos. Ricardo Pilré, vice-juiz, afirma que o objectivo da comissão é inovar nos eventos, como o Marinhais Music Fest. No entanto, lamenta que a população do concelho e de concelhos vizinhos não tenha aderido conforme esperavam. O festival organizado pela comissão realizou-se em Maio deste ano e teve concertos de afrohouse, música electrónica, funk e ska. O primeiro lote de bilhetes esgotou em pouco mais de cinco minutos e a esperança era encher o recinto com capacidade para quatro mil pessoas, como confessaram a O MIRANTE em Fevereiro deste ano. A adesão ficou por menos de metade, contando-se 1.700 espectadores sendo que a maioria veio de fora. Ricardo Pilré lamenta que o festival não tenha atraído outras faixas etárias além dos jovens. “Para haver coisas novas a população tem de aderir. As pessoas agarram-se ao passado e têm medo da mudança”, desabafa.
O vice-juiz apela aos jovens para que façam parte das próximas comissões de festas e ajudem a lutar pela mudança de mentalidades: “todos temos o nosso trabalho e conseguimos realizar todos os eventos programados e a festa. É só ter vontade. Não vamos deixar morrer as nossas tradições”, vinca.
Novas obras no recinto
Danilo Santos conta a O MIRANTE que a comissão de 2023 decidiu fazer obras antes das festas começarem para poderem usufruir durante o evento, ao contrário das anteriores comissões que procederam às obras depois das festas terminarem, refere. A comissão partiu do zero uma vez que o dinheiro angariado pela anterior comissão foi doado aos bombeiros do concelho. Os diversos eventos e a adesão aos peditórios permitiram colocar cimento no chão e renovar o bar do recinto de festas.