Jovens deram vida às estátuas no centro histórico de Santarém
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Na edição deste ano participaram duas dezenas de estátuas tendo sido convidados quatro profissionais que representaram as estátuas.
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Os restantes 16 participantes são amadores ou semi-amadores, todos da região. Pedro Álvares Cabral, Santo António, Almeida Garrett, Rainha Santa Isabel, Minerva e Marquesa de Alorna foram algumas das personalidades representadas.
Afonso Almeida tem 19 anos e representou uma estátua pela primeira vez no Festival de Estátuas Vivas que decorreu no centro histórico de Santarém entre 11 e 13 de Agosto. Durante cerca de duas horas teve de estar imóvel a representar Carlos Seixas, compositor do século XVIII. Antes da iniciativa começar confessou a O MIRANTE que já participou em espectáculos em que teve que ficar parado durante 30 minutos. Esta foi a primeira vez que o jovem de Almeirim, que está ligado às artes desde 2020, esteve tanto tempo parado e em pé. No final diz ter adorado a experiência e é um projecto a repetir.
Para Pedro Pratas, de 18 anos, esta também foi a primeira vez que esteve tanto tempo parado mas já participou numa peça de teatro em que esteve o tempo todo sem se mexer. “Mas aí tinha que olhar para uma parede. Foi duro mas não tinha que lidar com os olhares do público. O meu receio desta vez foi ter que aguentar sem interagir com o público. E também tem que haver resistência mental para não pensar em desistir”, afirma. O jovem de Santarém encarou o festival como um desafio e representou uma cena chamada “O empoeiramento”, que retrata a sociedade quando não havia a prática de tomar banho. Dava-se o nome de empoeiramento ao cabeleireiro/barbeiro da altura que tinha a prática de colocar um pó antibacteriano nas pessoas para disfarçar maus odores.
Rodrigo Bartolomeu tem 17 anos e é natural da Chamusca. Esta é a quinta vez em que participa num festival de estátuas vivas porque participou num workshop organizado pela Quideia Animações, que também organiza o Festival de Estátuas Vivas de Santarém em parceria com o município. O mais difícil é manter a seriedade e não adormecer. “O que senti mais dificuldade no ano passado foi não fechar os olhos quando não havia pessoas por perto”, conta com um sorriso. Este ano representou o carteiro, inspirado numa estátua que existe no Porto.
Luís Palhais é outro dos jovens da região que participa pelo segundo ano consecutivo. O ano passado representou Cristóvão Colombo e este ano esteve mais tranquilo porque a sua personagem, D. João II, estava sentada. O jovem de Santarém, do curso de audiovisuais, diz que foi o seu irmão, Gabriel Palhais, que o desafiou a participar e tem gostado da experiência.
Milhares de pessoas num festival que está a tornar-se referência em Santarém
Milhares de pessoas passaram pelo centro histórico de Santarém nos três dias do evento. Grupos amontoavam-se junto a cada estátua. Muitos tiravam fotografias para recordação, outros ficavam a observar e a tentar perceber como a pessoa não se mexe. Algumas estátuas interagiram com o público sobretudo com crianças. As noites agradáveis levaram muita gente a sair e apreciar o espectáculo. “Está tudo muito bonito e bem organizado. Santarém precisa de mais iniciativas como esta para dar vida ao centro histórico. Se fosse assim todos os dias era perfeito”, afirma Isabel Botelho enquanto observa a estátua de Almeida Garrett e tira uma fotografia à sua filha a olhar para a estátua.
Na edição deste ano participaram duas dezenas de estátuas tendo sido convidados quatro profissionais que representaram as estátuas de “A Pintora”, “O Fotógrafo”, “A Partida” e “O Toureiro”. Os restantes 16 participantes são amadores ou semi-amadores, todos da região, que estão a experimentar esta área. “Quisemos dar oportunidade aos jovens da região que gostam de artes e também têm direito a seguirem os seus sonhos e ganhar experiência no mundo das artes”, explica Katarina Ferreira, responsável da Quideia, que tem sede em Alpiarça.
A artista não participa como estátua porque andou os três dias de um lado para o outro para ter a certeza que tudo corria bem. Katarina Ferreira conta a O MIRANTE que nunca lhes passou pela cabeça, tanto a si como ao seu companheiro, que também é responsável da Quideia, organizar um Festival de Estátuas Vivas. Tudo aconteceu por acaso. Katarina e Luís estavam a fazer a estátua do casal de chocolate, em Tomar. O actual vereador da Cultura da Câmara de Santarém, Nuno Domingos, foi visitar o evento e ficou a saber que o casal vive em Alpiarça. “A partir daí reunimos e fizemos os dois primeiros espectáculos antes da pandemia. Tem sido um sucesso. As pessoas aderem muito bem aos espectáculos de rua”, afirma.
Com a estátua do casal de chocolate já percorreram festivais na Roménia, Macedónia, Chipre e Tailândia. Além disso, venceram o prémio Revelação no concurso no Festival de Espinho. Katarina Ferreira garante que não existem truques para se estar horas parado. “Não existem segredos, temos que aguentar. A melhor aprendizagem é com a experiência. Também a respiração feita como na meditação ajuda a controlar o corpo e a mente e torna-se mais fácil”, explica.
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O duende brincalhão de Joana Branco vence Festival de Estátuas de Santarém
A personagem Benny-Venti foi novamente a preferida na votação do público
Benny-Venti, um duende atrevido e brincalhão encarnado por Joana Branco, foi a estátua eleita pelo público na 4ª edição do Festival de Estátuas Humanas de Santarém, que decorreu entre os dias 11 e 13 de Agosto, nas ruas do centro histórico de Santarém, numa organização do município em parceria com os Quideia. Com este prémio a personagem Benny-Venti tornou-se a primeira bicampeã do in.Estátuas. Já em 2022 tinha sido a favorita do público.
O prémio, um voucher da autarquia local, com direito a duas entradas para todos os espectáculos levados a cabo pelo Santarém Cultura no Teatro Sá da Bandeira (TSB) durante um ano, foi entregue a Joana Branco pelo vereador com o pelouro da Cultura, Nuno Domingos.
Na edição deste ano, que atraiu milhares de visitantes de vários pontos do país, votaram nas 16 estátuas a concurso quatro mil pessoas. João Filipe, que representou Almeida Garrett, conquistou o prémio do júri composto por Cristina Neves, Maria Emília e Isabel Leão, da Imobiliária ERA, que uma vez mais apoiou este grande evento com um voucher no valor de 500 euros.
Na votação, que decorreu paralelamente online lançada pelos Quideia, a estátua Verão, a cargo de Inês Peixinho, foi a preferida. O município de Santarém atribui ainda aos 16 participantes vouchers para uma entrada para todos os espectáculos promovidos pelo Santarém Cultura no TSB até final de 2023.