Moinhos da Pena em Torres Novas são património natural da região
Programa “Ciência Viva no Verão” deu a conhecer o património natural e cultural dos Moinhos da Pena, no concelho de Torres Novas. Objectivo foi apresentar aos participantes a biodiversidade e geodiversidade da região de forma a sensibilizar para a sua preservação.
A sexta edição da iniciativa “Ciência Viva no Verão” realizou-se nos Moinhos da Pena e da Charruada com o objectivo de dar a conhecer o património natural envolvente e observar a fusão entre a biodiversidade e a geodiversidade do local. Observar o património natural e cultural dos moinhos é, para a organização, o único meio para sensibilizar as pessoas para a sua preservação. A iniciativa realizou-se no domingo, 6 de Agosto, e foi organizada pelo Centro de Ciência Viva de Alviela em parceria com município de Torres Novas. As explicações ficaram a cargo da bióloga e geóloga, Patrícia Silva e Adriana Batista, respectivamente, ao longo de um percurso de cerca de cinco quilómetros pelos Moinhos da Pena, Abrigo da Pena d’Água e Capela do Senhor da Serra, que durou quatro horas e teve mais de uma dezena de participantes.
Os Moinhos da Pena são um dos maiores complexos de Portugal composto por 12 moinhos nas freguesias de Chancelaria e Assentis, em Torres Novas, que tinham como actividade original a moagem de cereais com a força do vento que resultava em farinha de trigo ou milho. A actividade original cessou em 1965 e, actualmente, os 11 moinhos pertencem a privados, sendo que alguns foram transformados em turismo rural. Apenas um moinho pertencente à Junta de Freguesia de Chancelaria está a ser reabilitado para dar lugar a um museu.
Adriana Batista, 30 anos, nasceu em Famalicão e reside em Torres Novas há vários anos. Desde pequena que se interessa pela história das rochas e por perceber como se formaram. Frequentou a licenciatura e mestrado em Geologia na Universidade do Porto e está há oito anos na área. Trabalhou no Centro de Ciência Viva em Estremoz durante cerca de cinco anos, até que surgiu a oportunidade de trabalhar no projecto Ciência Sobre Rodas, do município de Torres Novas, que se baseia no ensino experimental das ciências destinado a crianças e jovens, onde trabalha actualmente.
Patrícia Silva, 43 anos, residente em Casével, no concelho de Santarém, começou a interessar-se por questões ambientais e pelo património natural quando tinha 14 anos e a sua professora a convidou para participar num projecto de cidadania. Numa altura em que pouco se ouvia falar de educação ambiental, a bióloga ficou fascinada quando começou a participar num projecto da Câmara Municipal de Alcanena e da Reserva Natural do Paul do Boquilobo. Desde aí participou em mais projectos para conhecer outros espaços, como a Serra de Aire e Candeeiros, e decidiu formar-se em biologia na Universidade dos Açores. Estudou durante o estágio as aves estepárias, perto de Elvas, e trabalhou em vários locais na área como o Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora, o Clube Bioecológico Amigos da Vida Selvagem, entre outros sítios. Quando ficou desempregada abriu uma empresa de animação turística de Bioturismo, Património e Educação Ambiental, uma vez que “gosta de explicar às pessoas aquilo que estão a ver para ficarem sensibilizadas”, conta a bióloga.