Cultura | 27-08-2023 07:00

Coruche viveu as tradições num Cortejo Etnográfico que fica para a história

Coruche viveu as tradições num Cortejo Etnográfico que fica para a história
Cortejo Etnográfico é um dos momentos altos das festas de Coruche

Mais de mil participantes deram vida aos costumes, usos e tradições de Coruche da primeira metade do século passado. Cortejo histórico e etnográfico encheu de cor as ruas da vila. Tertúlias tauromáquicas receberam amigos e marcaram presença nos momentos altos das Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo.

Mais de um milhar de pessoas de todas as freguesias e associações do concelho de Coruche participaram naquele que é um dos momentos mais altos da Festa em Honra de Nossa Senhora do Castelo. O Cortejo Histórico e Etnográfico recriou costumes, usos e tradições sob o tema “O tempo das nossas memórias”. Em dia de feriado municipal, 17 de Agosto, milhares de pessoas assistiram às cenas representadas em 35 carros alusivas à vida em Coruche na primeira metade do século passado, exaltadas com rigor documental e histórico. O cortejo mostrou como os ritmos eram vividos de forma única, da fase do namoro até ao casamento, passando pela vida da família e do casal e pela forma como cada um despendia o seu tempo na execução de tarefas, distribuídas entre homem e mulher.
No cortejo participou a freguesia da Fajarda com as quatro idades da nossa vida; a freguesia de Santana do Mato recriou o tempo do namoro até à constituição de família; a Branca representou o trabalho da poda ao vinho; São José da Lamarosa recriou da confecção à venda de queijos de cabra; o Couço o tempo das brincadeiras; Vila Nova da Erra o trabalho de sol a sol; e Coruche com outros tempos. A abrir o desfile marcaram presença campinos com os jogos de cabrestos. Ao longo do percurso do cortejo os participantes distribuíram queijo, pão e rebuçados entre as palmas e os sorrisos de quem assistia num momento que junta várias gerações na vila.
Este ano o cortejo atrasou porque um dos carros do desfile não tinha dimensão para passar na Rua Direita sem bater nas varandas das casas. Após diversas manobras do motorista decidiu-se partir parte da estrutura do cenário em madeira com um martelo. O cortejo seguiu o seu percurso tradicional sob o calor abrasador que, ainda assim, não fez ninguém arredar pé. Ao fim de quase duas horas de desfile o merecido repasto no almoço do campino que decorreu no pavilhão desportivo municipal.

Tertúlias conviveram na rua
O desfile das tertúlias tauromáquicas animou as ruas da vila de Coruche. O trajecto começou nos Paços do Concelho e acabou na Rua do Couço. Dos trajes aos estandartes o desfile celebrou a história e o papel das tertúlias na preservação da cultura local. A Tertúlia Horta da Nora foi uma das participantes. Com oito anos de existência conta com 20 famílias que durante os dias da festa convivem e juntam-se à mesa. A primeira refeição aconteceu a 14 de Agosto e é partilhada entre todos. Dita a tradição que o almoço de dia 15 é feito com as sobras do jantar da noite anterior. Grelhados, torricado de bacalhau, sopa da pedra, e sopa de aba de vaca com ossos de porco fazem parte da ementa. O núcleo duro da tertúlia é da década de 60 mas os filhos dão uma ajuda. O espaço recebe amigos e pessoas que gostam e regressam no ano seguinte. Cada um já tem as actividades e funções definidas durante a festa.
A Tertúlia dos 40 já conta com elementos de outra geração e tem dois anos de existência. O grupo de amigos vem desde os tempos do jardim-de-infância e juntam-se durante as festas para celebrar. Os amigos fazem questão de estar presentes nos momentos mais importantes da festa como o cortejo etnográfico.

Tertúlias de Coruche participam no desfile e deram muita animação às Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo

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